Fernando Vila (Urologista), Joaquim Lindoro (Director do Serviço de Urologia), Rita Ferraz (Coordenadora do Serviço de Doenças Infecciosas), Rogério Ruas (Infecciologista) e Hélder Castro (Urologista).

Um projecto de colaboração entre os Serviços de Urologia e de Doenças Infeciosas do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) permitiu, no ano de 2020, “diminuir complicações infeciosas pós-cirúrgicas nos doentes de urologia e reduzir mais de 80% do consumo de antibióticos”, sobretudo os com maior potencial de gerar bactérias multi-resistentes, adianta nota de imprensa.

A mesma fonte explica que “esta colaboração directa visa a constante atualização e implementação dos critérios mais recentes em relação à utilização de antibióticos, tendo como objectivo evitar a resistência aos antimicrobianos e manter a sua utilidade no combate às infecções”.

As mais-valias passam pela melhor prestação de cuidados clínicos ao doente, pelo menor risco de complicações pós-operatórias e re-internamentos e pela redução dos custos hospitalares.

Citado em comunicado, Joaquim Lindoro, director do Serviço de Urologia, refere que “a actualização dos critérios, rompendo com práticas anteriormente estabelecidas, permitiu também verificar uma melhoria franca nas infecções urológicas pós-operatórias, cerca de 70% nas infecções por agentes multi-resistentes”, acrescentando que esta actualização de critérios de acordo com as mais recentes recomendações internacionais “foi primordial para a redução do uso de antibióticos de largo espectro, preservando, assim, a sua sensibilidade para que, em situações graves, estes antibióticos mais potentes possam ser usados com sucesso”.

Rita Ferraz, coordenadora da Unidade de Doenças Infecciosas, destaca que “a relação próxima entre os dois Serviços, permite a discussão multidisciplinar e a tomada de decisões imediatas em prol da prestação de melhores cuidados aos doentes internados no Serviço de Urologia”. A cooperação consiste numa visita física semanal aos doentes internados com a discussão de casos clínicos à cabeceira do doente e num contacto permanente entre as duas equipas. Foram também revistos e atualizados os protocolos de tratamento e prevenção antibiótica cirúrgica de acordo com as mais recentes recomendações internacionais.

A resistência aos antibióticos é considerada um problema de Saúde Pública, salienta o CHTS. Quanto maior for o consumo de antibióticos, quer no hospital, quer na comunidade, mais oportunidades têm as bactérias de se tornar resistentes. As infecções causadas por bactérias multi-resistentes são mais difíceis de tratar, levando a internamentos hospitalares mais longos e ao aumento dos custos económicos e sociais relacionados com o tratamento.