A produção de Melão Casca de Carvalho deste ano, uma iguaria da região, que tem no território muitos apreciadores, registou quebras de produção na ordem dos 70%, revelou, esta segunda-feira, o presidente da Associação de Produtores Melão Casca de Carvalho e Hortícolas do Vale do Sousa, José Magalhães.

Segundo José Magalhães, residente em Nogueira, concelho de Lousada, um dos maiores produtores da região do Vale do Sousa de Melão Casca de Carvalho,  com um terreno de 1,8 hectares e uma produção média a rondar as cinco toneladas de melões Casca de Carvalho por hectare, as quebras significativas no melão estão associadas às temperaturas exponencialmente altas que se fizeram sentir durante alguns dias, à baixa humidade, o que acabou por provocar escaldões neste fruto.

Ao Verdadeiro Olhar, José Magalhães reconheceu que a maioria dos produtores de Melão Casca de Carvalho viu já a sua produção ser afectada pelas condições climatéricas adversas que atingiram também outros concelhos onde o melão Casca de Carvalho  tem, também, um significado expressivo como Barcelos e Vila Nova de Famalicão e outras culturas como a vinha, com as quebras a situarem-se entre os 70 e os 80%.

Falando do Melão Casca de Carvalho, o presidente da Associação de Produtores Melão Casca de Carvalho e Hortícolas do Vale do Sousa destacou, também, que os dias de calor intenso, com temperaturas anormais para a época, fizeram com que os melões que estavam em fase de maturação mais avançada acabassem por ver o seu ciclo de maturação incompleto.

“O que acontece é que os melões ficaram maduros por fora e verdes ou crus por dentro”

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“O que acontece é que os melões ficaram maduros por fora e verdes ou crus por dentro”, avançou, sustentando ter esperança que a segunda fase da produção que deverá completar o ciclo de maturação em Setembro possa ser melhor do que a que plantou na primeira fase e que ficou afectada pelas altas temperaturas.

“Se as temperaturas não subiram tão significativamente como aconteceu há umas semanas atrás, tenho expectativas que possa vir ainda a recuperar algum da produção que fiz mais tarde e amortizar os prejuízos da primeira fase”, avançou, sublinhando que foram seis meses de trabalho que ficaram assim comprometidos.

Ao Verdadeiro Olhar, José Magalhães realçou, também, que neste momento, não existe oferta suficiente na região para fazer face à procura de melões Casca de Carvalho.

“Sei que muitos produtores da região entre 30 de Julho e 15 de Agosto, que é o período em que muitos emigrantes  viajam até Portugal para estar com as suas famílias, já não tinham melão para satisfazer as encomendas”, manifestou.