Desde há 12 anos que, na primeira semana de Janeiro, o VERDADEIRO OLHAR divulga os prémios atribuídos a personalidades pela sua acção no decurso do ano anterior. Os prémios são uma escolha da redacção, ponderada a partir das notícias publicadas ao longo do ano em consideração – neste caso, o ano de 2019 – e a sua atribuição é feita, discreta e exclusivamente, por este meio público, em comunicação directa com os nossos leitores, sem necessidade de festas, jantares, galas ou outros tipos de encontros com os galardoados. Como nenhuma pompa faria perdurar mais no tempo o respeito pelo nosso trabalho por parte de alguns dos premiados, nem conseguiria aplacar o espírito de mau perder, quando não de acerto de contas, por parte de alguns dos criticados, prescindimos da pompa.

Entre as diversas categorias em jogo, a escolha mais difícil é do Político do Ano.

Pela primeira vez, elegemos um vereador como Político do Ano: Manuel Nunes, vereador do Ambiente e Natureza da Câmara Municipal de Lousada, agora também vice-presidente da autarquia, que é quem tem estado no terreno a garantir o sucesso de uma política ambiental que nos parece adequada à realidade concelhia.

O trabalho do vereador teve resultados concretos: Lousada recebeu um prémio ambiental europeu na área da sustentabilidade; desenvolveu um projecto de voluntariado que permitiu plantar mais de 40 mil árvores no concelho; aumentou a reciclagem; e, quando os presidentes da câmara da região, pressionados por uma manifestação contra a poluição do rio Sousa, se reuniram para fazer pouco mais do que “um número de circo” de lançar medidas avulsas de combate à poluição, já Lousada tinha em prática um projecto que envolve a população no papel de uma espécie de guarda-rios.

Mas o prémio do vereador Manuel Nunes é também, em certa medida, um prémio a Pedro Machado, o presidente da Câmara Municipal de Lousada, por ser dos poucos autarcas a delegar competências de forma efectiva nos seus vereadores. Infelizmente, na região considerada, a maioria dos vereadores não passa de um número para fazer coro, sem autonomia, limitando-se a obedecer às indicações dos presidentes de câmara.

Parabéns, portanto, a Manuel Nunes.