POLÍTICA PARA TOTÓS: Em quem votas?

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De novo quase nada se ouviu na campanha eleitoral que, finalmente, está prestes a terminar.

Num balanço antecipado, mesmo sem grandes dons premonitórios, com alguma certeza poderemos afirmar que o PS vai vencer as eleições de dia 6 de outubro. Não será difícil prever que o PSD se lhe seguirá e, depois e sempre a grande distância, encontraremos os restantes partidos.

Contudo, adivinhando que poucos – porque muitos preferem a tona das coisas – farão a sua escolha em fidelidade absoluta aos rigores ideológicos, e ajuizando – coisa que evitamos sempre – que serão menos ainda os que se decidirão pelo seguidismo acrítico do marxismo cristalizado, pelo reformismo de Kautsky ou de Bernstein, pelas teorias liberais clássicas de  Stuart Mill, pela afirmação do Estado Social estabelecido por Bismark ou, numa versão posterior e mais universal por Beveridge, pelas ideias contra-ciclicas de Keynes ou até pela conciliadora e conservadora Doutrina Social da Igreja, resta-nos olhar o próximo ato eleitoral com o pragmatismo que este tempo nos aconselha.

Em quem votar, então?

Já que de ideologias não cuidamos nem queremos saber, reiteramos uma ideia que há muito nos vem aconchegando e que quase todos com ela enchem a boca. As novas gerações – dizem-nos e nós também acreditamos – são, hoje, as mais capazes que o país alguma vez formou. Não nos devemos contentar, contudo, por pensar assim. Pensar sem agir é o mesmo que apelar apenas à esperança. Trata-se, portanto, de passar das palavras à ação. Se tudo o que pensamos nos faz convergir no reconhecimento das capacidades das novas gerações para nos liderarem não podemos continuar a correr atrás das mesmas caras e, pior, da mesma classe política que se descredibilizou e, a continuar assim, perigosamente, nos levará à descrença no sistema político e no regime democrático.

Por nós, votamos nos melhores e os melhores só podem ser das novas gerações. As nossas e as anteriores já mostraram o que foram capazes de fazer. E fizemos e fizeram menos do que se lhes exigia.

Só nos resta acreditar no futuro. Votaremos nos mais novos. Nos melhores dos mais novos. De preferência nos que usam penteados normais.