O Conselho Directivo do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) aceitou o pedido do director regional do INEM no Norte, António Barbosa, depois deste ter colocado o lugar à disposição na sequência de notícias vindas a público sobre a vacinação de pessoas contra a Covid-19 que não eram prioritárias.

“O INEM aguarda com serenidade o desenvolvimento e as conclusões do inquérito a desenvolver pela Inspecção-Geral das Actividades em Saúde ao processo de vacinação contra a Covid-19 que decorreu no INEM, mandado instaurar pelo Ministério da Saúde, manifestando total colaboração a esse serviço inspetivo para o apuramento dos factos”, diz comunicado.

António Barbosa, médico natural de Penafiel que liderava a delegação Norte do INEM desde Julho de 2019, apresentou a demissão depois de ter vindo a público que o instituto tinha vacinado contra a Covid-19 funcionários de uma pastelaria no Porto, ao lado da delegação.

O médico explicou em conferência de imprensa que ou vacinava cidadãos não prioritários ou iam “deitar ao lixo” 11 doses da vacina. Já não havia funcionários do INEM na delegação por vacinar e estavam limitados “pelo tempo”, argumentou.

“Sou médico, tenho um código deontológico, tenho princípios morais e éticos que tenho de cumprir, e a minha decisão não poderia ser outra a não ser dar a indicação para administrar a 11 cidadãos que estivessem em proximidade”, afirmou o penafidelense.

A denúncia sobre a vacinação de pessoas não incluídas nos grupos prioritários veio da Associação Nacional de Emergência e Protecção Civil.