O presidente da Federação das Associações de Pais e Encarregados de Educação de Paredes (FAPEP), Américo Rodrigues, defendeu que os directores das escolas estão pouco interessados na participação dos pais. A crítica foi feita no encerramento do XL Encontro Nacional de Associações de Pais, que decorreu em Paredes, no passado sábado.

Na mesma ocasião, o líder da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), Jorge Ascensão, defendeu o fim de uma avaliação que “serve apenas para rotular os alunos”.

 

CONFAP pretende universidades a escolher os seus alunos

“Todas as decisões tomadas nas escolas têm pouca participação dos pais”, garantiu Américo Rodrigues, que pediu aos responsáveis para “ter coragem para dizer, de uma vez, se querem ou não ter os pais na escola”. O presidente da FAPEP exigiu, assim, aos directores escolares “uma maior abertura para ouvir os pais”.

Américo Rodrigues defendeu, igualmente, a necessidade de “repensar a carga horária” em vigor nas escolas, que “os professores se dediquem apenas à nobre arte de ensinar” e um maior investimento na requalificação das escolas. “Nunca foi feito o investimento necessário. Apenas foi feito algum investimento”, disse.

Já o líder da CONFAP defendeu uma intervenção maior de psicólogos no ensino pré-escolar, de forma a diminuir o número de alunos abrangidos pelo ensino especial. Em Paredes, Jorge Ascenção pediu também manuais mais baratos e que possam ser adaptados a um modelo de ensino assente em módulos, o fim de uma avaliação que “serve apenas para rotular os alunos” e ainda que despesas com a alimentação e material escolar possam ser deduzidas em sede de IRS. “O ensino secundário deve ser terminal e certificante. As faculdades é que devem, um pouco à semelhança do modelo americano, ser responsáveis pela selecção dos seus alunos”, acrescentou o dirigente.

No final de um debate que contou com a participação da antiga ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, Jorge Ascensão condenou ainda a pouca cooperação entre todos os agentes do sector. “Está visto que não avançamos porque não queremos. Todos sabem quais são os problemas”, sustentou.

 

Celso Ferreira volta a criticar Governo

A sessão de encerramento do XL Encontro Nacional de Associações de Pais contou com a participação do presidente da Câmara Municipal de Paredes. E Celso Ferreira aproveitou a ocasião para voltar a criticar a falta de transferências financeiras do Estado para os municípios, o que obrigou a autarquia a acabar com o transporte escolar gratuito para todos os alunos do 1º ciclo. “Durante anos acreditámos nos acordos e contratos assassinados, mas eles valem zero. Basta a troca de um secretário de Estado ou de um ministro para tudo mudar. Já não quero mais transferência de competências”, alegou o autarca.

Confrontado com o fim do transporte escolar gratuito para os alunos que moram a menos de três quilómetros da escola, Américo Rodrigues mostrou-se resignado. “Foi feito o que poderia ser feito. Faço fé nas palavras do presidente da Câmara, que diz que o Governo cortou as verbas. Agora, esta é uma medida tem impacto nalgumas famílias”, afirmou.