Francisco Coelho da Rocha“Já aqui escrevi que um dos processos autárquicos mais turbulentos é o da escolha do candidato do PSD à Câmara Municipal de Paredes”, dizia eu no meu anterior editorial. E não me enganei, como o atesta, para além de qualquer dúvida que pudesse subsistir, a coluna de Pedro Mendes que hoje publicamos.

Não se coibindo de injuriar quem lhe dá espaço público para emitir as suas opiniões, dá como exemplo de uma pretensa falta de verdade a referência à sua demissão da Comissão Política Concelhia do PSD. Para que os leitores possam tirar as suas próprias conclusões, nada melhor do que transcrever textualmente, do comunicado de imprensa distribuído pelo PSD, com o cabeçalho de “Comissão Política da Secção de Paredes”, datado de 28 de Outubro de 2016, o que diz o primeiro parágrafo:

“A Comissão Política de Secção do PSD de Paredes, liderada por Pedro Mendes, apresentou na reunião de ontem a sua demissão com o intuito de promover, o mais breve possível, eleições internas no partido.”

E o terceiro parágrafo:

“Na declaração de demissão do Presidente da Comissão Política, Pedro Mendes, lamentou não ter tido a possibilidade, com o seu grupo de trabalho, de concretizar em pleno o mandato que os militantes lhe atribuíram (…)”

Portanto, não havendo notícia ou queixa de ter havido falsificação de comunicados de imprensa no PSD de Paredes, tomámos e tomaremos aquele comunicado como bom, autêntico e oficial. E é ele que atesta a veracidade do que escrevemos.

Quanto à passagem da coluna de Pedro Mendes que diz “Agora eu sei e os militantes do PSD sabem da chantagem e dos compromissos assumidos, por lugares e lugarzinhos que resultaram num episódio triste e enjoativo”, convidamos Pedro Mendes a não se ficar por dizer que sabe, mas a dizer o que realmente sabe, pois contribuir para desmontar uma chantagem é um dever de qualquer cidadão.

Para terminar, lembra-se que a instituição do direito de resposta existe para que qualquer cidadão que entenda ter sido visado injustamente possa fazer a sua defesa, fundada e civilizadamente. Não pode ser substituído, esse direito, por agressivos disparos de rajadas ofensivas, a torto e a direito, sem qualquer sustentação nem propósito perceptíveis. O que fica perceptível, e muito, é o ponto a que chegaram vários dos intervenientes políticos locais, que, aparentemente de cabeça perdida em lutas intestinas pela salvação de projectos de poder pessoal, não respeitam já as regras da urbanidade, do decoro e do bom senso. Os leitores e os eleitores julgarão.