A ideologia do género

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Homem e mulher não passam de uma diferença que se fez com o correr do tempo e das modas, talvez como hoje as calças rotas a fingir de pobre  e de preço exorbitante.

Não imaginava o nosso prémio Nobel da Medicina, que do seu prólogo de “A Vida Sexual”, editado em 1901 na douta Coimbra, algo teria de ser radicalmente mudado um século e 18 anos depois. “O que na existência – escrevia – há de fundamental tende para um fim inevitável: a união dos sexos para a propagação da espécie.”

Pobre Egas Moniz, não era só o prólogo mas o teu livro inteiro que tinha de ser queimado na nova inquisição dos “talibans” do género.

Vamos lá ver se percebemos. Ainda bem me lembro das gigantescas estátuas destruídas a tiros de canhão no Afeganistão, só porque eram estátuas, uma  fúria iconoclasta do nossos dias. Os talibans do género, se tivessem canhões ou até uma bomba atómica, teriam feito o mesmo se nesses colossais monumentos descobrissem sexo.

Bem, afinal tudo isto foi uma moda criada pelos séculos e que com  andar desses séculos, foi à vida. Não há sexo. Acabou-se. O  que ficou então do ser humano?   Um mineral que nesse reino da natureza não há sexo de modo nenhum. É seguro.

Se o pobre Egas Moniz acordasse depois de uma viagem no tempo, certamente diria: estão doidos, necessitam urgentemente de um lobotomia.

Esta ideologia do género contradiz tudo: a anatomia, a fisiologia, a patologia, etc. Que quantidade de especialidades médica para desaparecer, pois eles são implacáveis. Não há sexo, acabou, é um dogma absoluto e indiscutível. Não se lembrem de ir a Roma e implicar com  Miguel Angelo,  Leonardo Da Vinci e companhia.  Roma ficaria sem monumentos, se por lá aparecessem os talibans do género com capacidade bélica para reduzir a cinzas tudo o que tivesse sexo. Sexofóbicos? Pior, sexoclastas!

Não passaria tudo de uma fantasmagoria, de uma noite de insónia, se não houvesse gente a querer à viva força impingir esta descabelada teoria ao espírito da nossa população escolar a começar pelos mais pequenos, completamente indefesos perante tais loucuras.

Ao que me consta, há Partidos já claramente apostados na teoria. Basta pensar um pouco para saber quais são. São sempre os mesmos, está dito. Mas há outros, dos que não são sempre os mesmos, que não se sabe bem o que pensam sobre o assunto e que, ou se fecham em copas, como se diz, ou se defendem na ambiguidade do discurso. Mas também há Partidos que se opõem claramente à ideologia do género.

Para os católicos e não católicos que aceitam a Bíblia, lá está claramente no Génesis (1,27) «E criou Deus o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, e criou-os varão e fêmea.»

Luís de Sena Esteves, médico