Foto: CDS Paços de Ferreira

Cinco elementos da comissão política concelhia do CDS Paços de Ferreira demitiram-se, esta terça-feira, e pediram ao presidente da mesa do plenário do partido para marcar novas eleições, uma vez que a actual direcção, liderada por Moisés Coutinho, “não reúne o quórum necessário” para continuar.

“Solicitamos a marcação de novas eleições para todos os órgãos concelhios. Pedimos a maior brevidade na marcação de novas eleições porque há militantes em número suficiente e com qualidade para constituir as diversas listas para trabalhar no imediato”, sustentam os militantes demissionários na missiva endereçada a Carlos Ferreira, presidente da mesa do plenário.

Ao Verdadeiro Olhar, Rui Abreu, até agora vice-presidente da concelhia e um dos elementos que apresentou a sua demissão, explica que o actual líder do partido estava a levar o CDS Paços de Ferreira para “o caminho errado”. “Não nos revíamos no que estava a ser feito e resolvemos demitir-nos para provocar novas eleições”, sustenta.

Em causa estarão vários “erros” e atitudes de “autoritarismo” de Moisés Coutinho, sobretudo em relação às eleições autárquicas.

Carta enviada pelos demissionários ao presidente da mesa do plenário

Moisés Coutinho foi eleito presidente da comissão política concelhia do CDS Paços de Ferreira, por unanimidade, em Junho de 2016. “Quando me convidou para trabalhar com ele acreditei no projecto que me apresentou. Mas com o aproximar das eleições percebi que não. Podíamos ter-nos candidatado a mais freguesias”, refere Rui Abreu, acrescentando que o líder do partido colocou vários entraves ao processo e dificultou a tarefa do mandatário. “O programa eleitoral devia ter sido elaborado em equipa, houve cartazes com erros ortográficos e construções frásicas que nos envergonham e a gota de água foi a divulgação de flyers do candidato a Figueiró em que até o nome do candidato trocaram”, comenta. “Isso reflectiu-se nos resultados eleitorais que tivemos que foram patéticos. Não fomos uma alternativa viável para os pacenses. Este tipo de pessoas não pode continuar à frente do partido”, defende Rui Abreu.

O até agora vice-presidente do partido aguarda agora que o processo siga os seus trâmites e que novas eleições sejam convocadas e diz acreditar que há pessoas com capacidade e perfil para apresentar listas à liderança do partido. Se tal não acontecer e o partido se vir sem ninguém diz que poderá equacionar ser candidato, visto que foi um dos responsáveis por deixar o CDS Paços de Ferreira sem comissão política.

O presidente da mesa do plenário, Carlos Ferreira, confirma a recepção da carta de demissão destes cinco elementos.

O Verdadeiro Olhar tentou contactar, sem sucesso, o ainda presidente da comissão política concelhia, Moisés Coutinho.