O grupo CeTeatro está a festejar o 10.º aniversário. Para marcar a data, está a promover, ao longo deste fim-de-semana, algumas actividades ligadas às artes, desde poesia, exposições, um colóquio sobre teatro e algumas surpresas. É, segundo Manuel Pereira, responsável pelo grupo e actor, a primeira vez que fazem um evento deste tipo.

Criado em 2006, o CeTeatro integra o Centro Social de Cete e conta com 25 actores numa companhia que tem também um grupo infantojuvenil.

 

Jantar solidário angaria verbas para o Centro Social

Já hoje à noite, haverá um jantar solidário com participações de poetas da companhia e alguns desconhecidos. Para as 23h00, está marcado um concerto da banda Alliance Big Band.

No sábado, haverá um evento sobre literatura infantil que vai contar com a presença de Rui Guedes, Cidália Fernandes e José Nunes, às 14h30 e, às 15h00, haverá uma demonstração de karaté. Mais há noite, às 22h00, haverá uma sessão “Troupe Palavras Vivas”, uma tertúlia sobre poesia, com a presença de Diana Ramalho, Donzília Martins, Luana Lua, Fernando Couto Ribeiro, Nuno Silva, Raul Minh’alma e Sérgio Lizardo.

Para domingo, entre o Colóquio sobre teatro com a presença de Hermínia Moreira, Inês Leite e Pedro Estorninho, Manuel Pereira promete “uma surpresa para os antigos e os recentes artistas da companhia”.

A par de todas as actividades vão, ainda, estar patentes algumas exposições de Norberto Valéria, Miguel Gomes e do Serafim Ferreira, que já fazem parte da prata da casa. Mas também vão ter duas estreias. Na pintura, Manu Alves, e, na fotografia, Rita Mendes.

O mais complicado foi conseguir Captar o interesse da população

Em 2006, o CeTeatro, apoiado pelo Centro Social de Cete, decidiu criar um grupo ligado às artes. Começaram então um projecto com o objectivo de sensibilizar a população para o teatro e para as artes.

Para Manuel Pereira, o mais complicado ao longo do percurso foi fazer com que as pessoas conhecessem a companhia e se começassem a interessar pela arte. Logo no início, a companhia foi convidada a participar no programa do município de Paredes, o PT Paredes com Teatro, tendo sido um dos oito grupos a participar. Para o responsável do grupo, esta foi a rampa de lançamento.

Manuel Pereira tirou alguns cursos na área do teatro, entre eles o de teatro infantojuvenil, sendo o encenador do grupo infantil do CeTeatro, que conta agora com cerca de oito crianças. Esta é uma área recente da companhia, que só começou há cerca de dois anos. Foi criada com o intuito de ajudar crianças com algum tipo de dificuldades sociais e de aprendizagem e incorpora meninos e meninas desde os oito aos 13 anos.

Ao longo das actuações, os artistas já tiveram hipótese de partilhar o palco com António Durães, Ana Luena e João Castro. Duas artistas chegaram, num projecto de Paredes, a actuar em França.

No início, o Ceteatro era composto por 30 pessoas. Hoje em dia, as vidas pessoais e profissionais de cada um fizeram com que o número descesse para um total de 25.

Manuel Pereira comenta que, na zona em que o grupo está inserido, as pessoas procuram comédia e não tanto drama porque “procuram divertir-se”. No entanto, para o responsável, “é mais fácil fazer um drama do que uma comédia” e “trabalhar com teatro infantojuvenil é mais difícil do que com seniores”, isto porque as crianças tendem a dizer tudo o que pensam, logo, “se não gostarem, dizem-no, imediatamente”.

Quanto aos mais velhos, a comitiva do Ceteatro tem consigo pessoas desde os 18 aos 50 anos, algumas delas de Cete, Urrô, Guilhufe e Bitarães.

A principal área de abrangência das actuações da companhia é entre Paredes, Penafiel e Lousada. Sendo que vão participar na Rota das Bibliotecas do Vale do Sousa e Baixo Tâmega, deste ano, no dia 24 de Junho “num encontro de artes”, informa Manuel Pereira.

A companhia tem ainda planeado uma estreia para o dia 23 de Setembro, sendo que, este fim-de-semana, quem estiver presente no evento vai puder assistir “a uma pequena demonstração”.

Tem várias parcerias que lhes tem permitido evoluir e já tiveram em mãos peças como a “Telecete” e “Fugu” que foram a primeira e segundas peças. Também encenaram “A Promessa”, “Onil”, “Teatro Impossível” e “Borbulha”.

“Quando fazemos teatro ou lemos poesia, temos que gostar daquilo que estamos a fazer”, explica o encenador.

Em termos de encenação, têm Inês Leite, uma encenadora profissional que está com o grupo desde o início. Para Manuel Pereira, o facto de “trabalharem com encenador profissional é muito bom, aprendemos bastante”.

“A união” faz com que esta companhia se mantenha de pé a cada dia e Manuel Pereira vê o futuro de forma muito positiva: “Nós trabalhamos para andar sempre para a frente, nunca para trás. Temos que impulsionar sempre. Julgo que o futuro será sempre para melhor”.