Os Bombeiros Voluntários de Ermesinde fazem este mês 98 anos e vão receber duas novas ambulâncias, uma de emergência (INEM) e outra de transporte de doentes.

“Este tipo de viaturas são necessidades que temos a toda a hora, porque há necessidade de renovar a frota. Os veículos têm o seu tempo de vida e nós também verificamos que, a partir dos 10 anos, elas começam a dar algumas despesas que, por vezes, compensa mais substituí-las”, explica Emanuel Santos, segundo comandante dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde.

A ambulância de emergência que foi adquirida através de um protocolo com o INEM, foi comparticipada em parte pelo INEM. Já a ambulância de transporte de doentes, que veio substituir uma com 22 anos de serviço, foi comprada apenas a expensas do corpo de bombeiros.

Relativamente aos restantes veículos, Emanuel Santos refere que há também “necessidade de renovar a frota de viaturas urbanas de combate a incêndios, assim como o veículo-escada, que já tem mais de 30 anos e é o único que está operacional no município de Valongo”. “Com mais de 30 anos já sabemos que, de um momento para o outro, pode ter alguma avaria, apesar de, para já, estar a cumprir com a missão dele. Mas poupamo-lo ao máximo mesmo, evitamos muito sair com ele”, acrescenta.

Na celebração dos 98 anos, outra das ambições deste corpo de bombeiros é “reequipar com o equipamento de protecção individual”. O segundo comandante sublinha que este tipo de equipamentos, “principalmente para os incêndios urbanos e industriais, são muito dispendiosos”, rondando os mil euros, e sempre que há entrada de bombeiros, ou que já passaram por muitas horas de serviço, é preciso adquirir novos. Os equipamentos de protecção individual para incêndios florestais são oferecidos pela câmara, decorrente de um compromisso que foi efectivado com os corpos de bombeiros do município.

Emanuel Santos refere que esperavam que o governo os substituísse a nível nacional, “mas já foi garantido que este ano não conseguem entregar porque obriga a um concurso internacional”. “Somos um agente da protecção civil, um parceiro do Estado nesta área e, como tal, se já damos a mão-de-obra quase gratuitamente, pelo menos, os equipamentos de protecção até deviam de ser entregues atempadamente e de uma forma o mais correcta possível”, conclui.

No activo, este corpo de bombeiros tem 96 elementos e, em Outubro, vai passar a ter mais sete. A escola de infantes e cadetes, dos três aos 16 anos, é composta por 40 elementos, funcionando como “uma forma de tentar tornar sustentável a continuidade”.

O segundo comandante conta que, “neste momento, já não é fácil arranjar bombeiros”, mas com esta escola de infantes e cadetes, muitos desses “miúdos” que começam a conviver com eles desde pequenos, “já são família de bombeiros, outros não, mas começam a aprender o que é ser bombeiro”. “A ideia é tornarmo-nos auto-sustentáveis desde miúdos para a frente, ou seja, quando estivermos a planear abrir um curso de instrução inicial, só abrimos umas candidaturas para colmatar ou para aumentar as fileiras, porque esses miúdos a curto, médio prazo já irão aumentar as próprias fileiras do corpo de bombeiros”, explica.

“Isto dos bombeiros é um ciclo, entram uns, saem outros, temos é de contrabalançar, tentar sempre que o número de saídas seja inferior ao de entradas e, para já, temos conseguido”, sublinha.

Celebração dos 98 anos durante o fim-de-semana

As comemorações deste 98.º aniversário começaram já no passado sábado, com um desfile e uma arruada de fanfarras de bombeiros pelas ruas da cidade e vão continuar no próximo fim-de-semana.

No sábado vai ser altura da entrega de emblemas a associados com mais de 50 anos, a partir das 15h00, e também de dois exercícios simulacro. No dia seguinte, haverá missa, logo pela manhã, às 9h00, e um desfile apeado e outro motorizado rumo aos cemitérios da região, assim como uma homenagem ao bombeiro. Haverá ainda tempo para a bênção das novas viaturas, às 12h15, e a promoção a bombeiros de segunda a 10 bombeiros de terceira, por volta das 12h30.