Foto: José Sarmento Matos | APAV

Em 2021, recorreram à ajuda da APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima 411 vítimas dos concelhos de Lousada, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel e Valongo. Trata-se de um aumento face aos anos anteriores: 362 em 2020 e 386 em 2019.

O concelho de Paços de Ferreira, onde existe um gabinete da instituição, foi o que registou mais casos, 181 no total. Em Valongo 92 pessoas pediram ajuda, em Paredes foram 79, em Penafiel 41 e, em Lousada, 18.

Os dados constam das Estatísticas APAV | Relatório Anual 2021, que revelam “os processos de apoio desenvolvidos presencialmente, por telefone e online, no ano transacto, pelos 75 serviços de proximidade da APAV”.

Segundo o relatório, em 2021, foram apoiadas por esta instituição, através dos vários serviços de proximidade, 15.617 pessoas “de um total de 75.445 atendimentos”. “A APAV atendeu, por semana, uma média de 175 mulheres, 38 crianças, 35 homens e 31 pessoas idosas.

Foram apoiadas vítimas de 286 municípios dos 308 existentes (93% do território nacional), numa média de 37 vítimas por dia.

Infografia: APAV

As estatísticas revelam que entre os principais crimes estão a violência doméstica – 19.846 (76,8%) – os crimes sexuais contra crianças – 1.416 (5,5%) – e as ofensas à integridade física – 649 (2,5%).

Genericamente as vítimas apoiadas pela APAV são mulheres (78% dos casos), com uma média de idades de 40 anos, com o ensino superior (6,8%), ensino secundário (5,8%) ou 3.º ciclo (5,4%) e a relação com o autor do crime é a de cônjuge (15,5%) companheiro/a (8,5%) pai/mãe (7,8%) ex-companheiro/a (7,5%) ou filho/a (6,4%).

O contacto telefónico (61,8%) foi o mais usado para denunciar os crimes, sendo na maioria das vezes feito por iniciativa própria da vítima.

“No ano civil de 2021, a APAV registou um total de 13.234 vítimas directas de crime. Verifica-se que o maior número de vítimas que recorreu à APAV no ano supra mencionado é do sexo feminino (n=10.308; 77,9%), mantendo-se, desta forma, a tendência de anos anteriores que demonstram que são as mulheres as mais visadas em termos de vitimação. Convém destacar igualmente a percentagem de vítimas do sexo masculino que tem vindo igualmente a aumentar: em 2019 representavam 18,7% (2.180) e em 2021 já atingiram os 19,6% (2.601) das vítimas”, salienta o documento. Já a maioria dos autores (61%) são do sexo masculino.

50% das vítimas que pediram ajuda à APAV no ano passado foram “alvo de vitimação continuada, sendo que a sua principal duração foi entre dois e três anos”.

Os principais locais do crime foram a residência comum, a residência da vítima e a via pública.

Como pedir ajuda

A APAV presta apoio gratuito, confidencial e especializado a vítimas de todos os crimes. Está disponível através de uma rede nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima, presente em muitas das principais cidades do país. A Linha de Apoio à Vítima, 116 006, está disponível de segunda a sexta, entre as 8h00 e as 22h00. A Linha Internet Segura está disponível através do 800 21 90 90, de segunda a sexta, entre as 8h00 e as 22h00, e do e-mail linhainternetsegura@nullapav.pt. A APAV está também presente nas principais redes sociais, como o Facebook e o Instagram.