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António Guedes, engenheiro, patriarca e antigo administrador da Quinta da Aveleda, em Penafiel, morreu, na sexta-feira, aos 83 anos.

Numa nota de pesar, em que encaminhou condolências a família e amigos, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou-o “figura incontornável da Região dos Vinhos Verdes”. “António Guedes deixa um legado não apenas na Quinta da Aveleda mas em todo o sector do vinho português, tendo trazido inovação e excelência que foram motivação e inspiração para muitos”, lê-se.

Também em comunicado, divulgado na comunicação social, António e Martim Guedes, os actuais responsáveis pela Aveleda, salientam os “mais de 45 anos de enorme dedicação” à família e à Quinta da Aveleda. Sustentam ainda que António Guedes “deixou uma grande obra feita” e “um enorme legado de continuarmos a fazer o que sempre fez bem”. “Deixa muitas memórias, muitas boas recordações, muitos ensinamentos e muitas saudades. Foi uma pessoa exemplar e a sua memória viverá para sempre nestas paredes e nestes jardins”, lê-se na despedida oficial da empresa Aveleda, nas redes sociais.

Num longo voto de pesar, a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, caracteriza António Guedes como “uma das maiores figuras da Região dos Vinhos Verdes e do sector do vinho português”.

“António Alves Machado Guedes, à frente dos destinos da Quinta da Aveleda desde o final dos anos 60, foi uma figura incontornável do progresso e do crescimento da Região dos Vinhos Verdes e da sua expressão em todo o Mundo”, afirma a CVRVV.

A mesma fonte lembra que António Guedes integrou a Quinta da Aveleda após a morte repentina do seu pai, dedicando-se ao cargo de director técnico ao mesmo tempo que frequentava o serviço militar. “Viajou pela Argentina, Chile, África do Sul, Califórnia e vários países europeus, nos quais se apercebeu da urgência em transformar os métodos utilizados na viticultura e na necessidade de adaptar a Região dos Vinhos Verdes a novas abordagens e procedimentos. Assim se deu a conversão de todas as vinhas da Aveleda à vinha mecanizada, com a criação de novas plantações em Meinedo e Mondim de Basto, passando a Aveleda a trabalhar 170 hectares de vinha. Uma transformação que serviu de exemplo e de motivação a muitos viticultores, elevando a produção de Vinho Verde a um patamar de excelência e de competitividade”, descreve a Comissão.

Lembram ainda que enquanto administrador “conduziu a empresa ao lugar cimeiro que detém hoje em Portugal e no Mundo”. Um legado a que agora os primos Martim Guedes e António Guedes, descendentes da quinta geração da Família Guedes, estão a dar continuidade.

A Câmara de Penafiel também emitiu uma nota de pesar pelo falecimento de António Guedes, cidadão honorário de Penafiel, “uma figura incontornável e ímpar do concelho”.

“O engenheiro António Guedes, a par com outros elementos da família, elevou o nome da Aveleda a patamares nacionais e internacionais de elevada qualidade, cimentando o seu lugar como embaixador do concelho de Penafiel e do país”,frisa a autarquia.