No Empreendimento do Barreiro, em Alfena, Valongo, o prédio de habitação social ganhou novas coberturas, caleiras, caixilharias e janelas, revestimento térmico e espaços públicos mais aprazíveis para a prática de desporto e de lazer.

As obras, orçadas em quase 500 mil euros, foram inauguradas esta terça-feira e o presidente da Câmara Municipal de Valongo deixou apenas um pedido: “Ajudem a estimar este investimento. Ninguém gosta de ver isto deteriorado”.

“Houvesse mais dinheiro de fundos comunitários e a câmara tinha tentado dar ainda mais dignidade a este espaço que só se conserva se os moradores ajudarem. Não deixem que este espaço se degrade. Já entreguei chaves a novas casas a 102 famílias. Peço sempre o mesmo, que estimem”, concretizou José Manuel Ribeiro.

Ao todo são cerca de 70 as famílias que têm neste empreendimento social a sua casa. Algumas desde que o prédio nasceu, há mais de 20 anos. Maria da Conceição, de 48 anos, não esquece a realidade anterior. “Antes de vir aqui vivia num barraco sem água e sem luz, feito de madeira com duas filhas pequenas”, descreve. Tem cinco filhos. Três já nasceram na casa nova. Mas o prédio foi-se degradando. “Já estava muito estragado e havia muitas humidades. Agora já se nota que conserva melhor o frio e o calor e ter o prédio mais bonito também anima mais”, confessa. “Este espaço de convívio dá outro aspecto e é bom para as crianças e nós também convivemos mais. Está muito melhor, nem se compara”, garante a moradora.

Também Maria José Ferreira, agora com 55 anos, “morava numa garagem, sem água nem casa de banho, com cinco filhos”. Veio para um T3 no Barreiro há mais de 19 anos. Agora ainda ali mora, com uma filha. As opções não são muitas, lamenta. “Não tinha condições para suportar uma casa, estou reformada por invalidez. Se não morasse aqui morava num barraco. Ganho 274 euros”, salienta. Reconhece que o prédio estava a precisar de uma intervenção e diz que as obras “ficaram bem”. “Mas se as pessoas não estimarem é complicado. Uma casa social é uma casa igual às outras, as pessoas têm que estimar”, defende.

Maria Alice Silva, de 66 anos, vive no Empreendimento do Barreiro há 17 anos. “Este espaço de lazer para as crianças era antes um espaço com terra e erva”, aponta. “O prédio está bonito, era só preciso arrumar as barracas ali atrás, aquilo desfeia muito o prédio”, comenta ainda. A queixa dos moradores quanto a lixo depositado num terreno privado contíguo à habitação social foi também levada ao presidente da câmara.

Esta foi a primeira intervenção a ficar concluída no concelho, no âmbito do PEDU – Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano, sendo a obra financiada pelos fundos comunitários do Programa Norte 2020. No total, o investimento previsto para a reabilitação de empreendimentos de habitação social em Valongo ronda os três milhões de euros. Em obra estão também já os empreendimentos de Balselhas e Sampaio. Serão ainda reabilitados os edifícios de habitação social de Outrela, São Bartolomeu e Valado.