Realizaram-se recentemente as eleições para a Comissão Política Distrital do PSD Porto. Como em qualquer processo eleitoral pautado pela liberdade e pela diversidade de ideias, ainda que agregadas a um tronco-base bem sólido, surgiram vários candidatos. Todos homens de grande valor, com um passado avalizador inquestionável.

A fábula dos carneirinhos não resume, definitivamente, a história e a alma do PSD. Fruto das diferentes vivências e formação, as pessoas – porque são pessoas – têm diferentes pontos de vista e formas de agir. Foi com interesse e atenção que acompanhei o debate pré-eleitoral. Um debate que, para lá das diferentes posturas e diferentes planos de ação, ficou marcado por um diagnóstico algo consensual da situação social-democrata nacional, distrital e local: desapego cada vez mais evidente das bases do partido; necessidade de recuperar a alma partidária, o entusiasmo e a união; desamparo das concelhias, em especial Lousada…

Sobre Lousada, devo dizer que fiquei a saber que politicamente é uma vila do interior (Que dirão os mirandenses da sua localização geográfica?). O litoral, pelos visto, é apenas a linha da costa. Isto porque se dizia que as duas candidaturas mais votadas eram representativas das duas realidades: o interior e o litoral. Terá sido esta dualidade a culpada pelo esquecimento a que foi votado o interior lousadense, durante anos, por parte do poder político distrital? Se foi, é demasiado démodé num distrito em que se vai de um lado ao outro em poucos minutos.

Seja como for, todos os candidatos prometeram sair da linha da costa e lembrar-se do interior ostracizado, apoiando efetivamente a concelhia lousadense. E não pouparam em palavras para elencar algumas das medidas que consideram prementes. Tão-pouco Alberto Machado. É a quem iremos agora cobrar as promessas eleitorais. Não granjeou o apoio da concelhia e não ganhou em Lousada. Irrelevante para o caso. Foi ele próprio quem o afirmou quando, à minha pergunta sobre a primeira medida que tomaria se fosse eleito, respondeu que ligaria aos seus opositores, porque contava com o seu valor para desenvolver o seu projeto.

Em Lousada, estaremos, como sempre, prontos para trabalhar em sintonia com a distrital. O partido, também em Lousada, tem grandes homens e mulheres que a meritocracia não pode ignorar. Aguardamos tempos de mudança. Gostaria de sentir que valeu a pena. Caso contrário, estarei (estaremos, estou certa) na distrital para bater o pé e lembrar o valor da palavra dada.