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Proporcionar uma casa ou um lar a dez pessoas sem-abrigo de Valongo e integrá-las na vida activa é o que pretende o ‘Vallislongushome’, um projecto que envolve a Segurança Social, a Cruz Vermelha, delegação de Gondomar-Valongo, e o município valonguense.

Assim, a autarquia vai disponibilizar três apartamentos onde estas pessoas vão partilhar a sua vida, sendo que serão acompanhadas por uma equipa multidisciplinar que lhes dará “ferramentas” para que possam, mais tarde, ter uma “vida autónima e independente”, explicou ao Verdadeiro Olhar, Adelaide Silva, umas das responsáveis deste projecto.

Após a aprovação da candidatura, que foi feita ao abrigo do Norte 2020, o Programa Operacional Regional do Norte/ Fundo Social Europeu, a Câmara Municipal de Valongo vai então disponibilizar três habitações, uma de tipologia T4 e duas T2, na sede do concelho, em Ermesinde e Alfena”, onde essas pessoas vão passar de uma situação de sem abrigo, para uma ”vida em comunidade”. Além de prevenir (no futuro) este tipo de situações, o ‘Vallislongushome’ vai permitir a “reinserção social e profissional” destes sem-abrigo, assegurou Adelaide Silva, porque, e o que está na base destas iniciativas, replicadas em alguns municípios do país, é o “respeito pela dignidade entre cidadãos”.

Para isso, o primeiro passou foi identificar quem vivia nestas condições e, depois, assegurar o seu acompanhamento psicossocial. A partir desse momento, há um trabalho de articulação entre os vários serviços, procurando dar uma resposta ao nível da habitação, apoio jurídico e social, acompanhamento médico, vestuário, higiene e alimentação, aumento de competências, emprego, ou até fornecer uma morada fixa para quem não consegue sequer fazer uma coisa tão simples como renovar o Cartão do Cidadão, por exemplo.

As pessoas saem de uma vida nas ruas e passam a viver com “condições de conforto, higiene, habitabilidade e segurança”, frisou Adelaide Silva.

Os visados serão acompanhados por uma equipa técnica que os vai orientar na realização das atividades diárias e na gestão e manutenção das casas e que passa pela “confecção de refeições, limpeza, roupa, compras”, entre outros aspectos.

Para além disso, será feita a ponte aos recursos e serviços disponíveis na comunidade como sejam “o comércio local, transportes, saúde, centros desportivos e de lazer”. Assim, cada pessoa fará parte de um plano para a sua “integração pessoal, social e profissional, de forma a criar autonomia”, explicou Adelaide Silva que espera que este projecto arranque a partir do mês de Abril.

Para além destas entidades, este projecto conta ainda com o apoio do Centro de Emprego.

Os dados oficiais, ainda de 2020, indicam 8.107 pessoas na condição de sem abrigo em Portugal. Há uma concentração maior nas duas grandes áreas metropolitanas, Lisboa e Porto, em centros urbanos do litoral, mas também em municípios do Algarve, maioritariamente homens em idade activa.

A pandemia foi também a culpada pelo aumento de pessoas sem-abrigo, quando o país se viu obrigado ao confinamento, a economia fechou e muitas pessoas que já estavam em situação de vulnerabilidade e em precariedade laboral acabaram na rua.