Depois da certificação, a grande meta é conseguir criar uma sala de abate para o capão, o que permitiria ter capão à Freamunde embalado disponível durante todo o ano para os apreciadores desta iguaria, levando mais longe este produto da região.

“Em parceria com a Associação de Criadores de Capão e com a Câmara, a Junta de Freamunde está a ajudar a criar uma sala de abate para os capões, devidamente certificada”, explicou Arménio Ribeiro, ontem, na apresentação da XVI Semana Gastronómica do Capão à Freamunde. O presidente da Junta de Freamunde definiu esta como “uma condição importante para dar um passo em frente”. O espaço “certificado e condigno” ficará instalado na incubadora de associações e será alvo de um protocolo. “Temos vindo a articular-nos nesse sentido e estamos a dar os últimos passos. Espero que em breve seja realidade”, permitindo a existência de capão, “um ex-libris do concelho e da cidade de Freamunde”, com qualidade, todo o ano.

“É mais um instrumento importante para a certificação do produto, para garantir todas as condições, para que possa ser comercializado e fazer com que os consumidores possam adquiri-lo com toda a confiança além da que já existe. A câmara apoiará do ponto de vista financeiro a criação dessa sala de abate que ajudará ainda a mais a termos um produto certificado”, apontou o presidente da Câmara de Paços de Ferreira, Humberto Brito.  

Capão certificado tem “asas para voar”

A certificação do capão foi um passo importante, afirmou Fernando Melo, o grande embaixador do capão à Freamunde, lembrando a “luta sofrida” para conseguir a IGP – Indicação Geográfica Protegida. Isso trouxe critérios à criação da ave e visa levar o capão ao patamar “de excelência”.

O jornalista apontou que há já dezenas de embaixadores do capão que levam o produto mais longe, dando-lhe “asas para voar”.

Já Samuel Santiago, presidente da Associação Empresarial de Paços de Ferreira, destacou a importância de um produto como capão no turismo de negócios e salientou que muitos clientes vêm visitar as fábricas nesta altura e aproveitam para provar a iguaria.

“Se hoje temos o capão à Freamunde como marca de excelência deve-se à resiliência e entrega dos restaurantes. No ano passado a inovação do take away que foi aposta ganha e é para manter”, afirmou o presidente da Câmara na conferência de imprensa realizada no restaurante O Marceneiro, que venceu o concurso de melhor capão confeccionado na última edição.  

Humberto Brito defendeu que “o capão é já do mundo e não só da cidade de Freamunde”, mas que deve “ser um produto de todos não deixando de ser o ‘capão à Freamunde’”.

Pediu ainda um bom casamento entre a indústria do concelho e a restauração na promoção deste produto junto dos empresários que visitam o concelho.

“O segredo do sucesso”, afirmou o autarca, “é a qualidade do capão e dos restaurantes que o confeccionam”. Esta Semana Gastronómica “ajuda a potenciar e a valorizar o produto” e os “embaixadores levam o capão à Freamunde aos restaurantes espalhados pelo país”.

Mas, frisou, o capão, produto sazonal, é apreciado em toda esta época do Natal e não apenas neste período da Semana Gastronómica.

O capão à Freamunde ganhou este ano mais quatro embaixadores (um não esteve presente na sessão): o chef Paulo Queirós (Cordel Maneirista), Vítor Felisberto (Casa Chef Vítor), Zahari Markov (Banzé) e Anselmo Mendes (enólogo)

12 restaurantes e aposta no take away

Arrancou ontem e prolonga-se até ao dia 13 de Dezembro a XVI Semana Gastronómica do Capão à Freamunde. São 12 os restaurantes aderentes este ano: Aidé, Al’Capão, A Presa, A.REI.A, Casa de São Francisco, O Gusto, O Marceneiro, O Tarasco, São Domingos, Os Primos, O Parrilhada e o Tapper.

Este ano mantém-se a modalidade de take away para que todos possam comer em casa o capão.

Em restaurante, um capão cozinhado custa 140 euros e meio capão, para take away, 75 euros. Os pedidos devem ser feitos por marcação prévia com o mínimo de 24 horas de antecedência.

Será ainda realizado, como habitualmente, o concurso de melhor capão já confeccionado.  

A 13 de Dezembro há a Feira de Santa Luzia (Feira dos Capões), em Freamunde, e o concurso do melhor capão vivo.

Recorde-se que o capão é tradicionalmente comido nesta altura do ano e na época de Natal, à moda de Freamunde, assado no forno com batatas assadas e grelos.

A iniciativa é promovida pela Câmara de Paços de Ferreira, pela Junta de Freamunde, pela AJAF – Associação Jovens ao Futuro e pela Associação de Criadores de Capão de Freamunde.