A Associação Jornada Principal denunciou, hoje, a ausência de cobertura diária dos resíduos com recurso a terra vegetal pela Recivalongo no aterro de Sobrado.

“Esta má prática origina fortes cheiros nauseabundos e a presença de um elevado número de gaivotas na zona”, criticam em comunicado, dizendo que houve resíduos expostos entre sexta-feira e domingo.

“Esta é uma empresa tem um histórico de irregularidades, sendo portanto uma empresa não confiável”, aponta a Associação criada para lutar contra o encerramento do aterro.

“Esta empresa mistura diariamente resíduos de amianto (resíduos considerados perigosos) com resíduos não perigosos (sem existir uma célula independente – incumprimento legal), acumula 12 registos de incumprimentos no colector da Be Water na qual resultaram dois processos de contra-ordenação (2019), tem milhares de pneus a servir de protecção das telas geotêxteis que possibilitam a proliferação diária de milhares de mosquitos, a mobilização de terras é praticamente nula (só o fazem quando vão ter visitas da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte/Agência Portuguesa do Ambiente (previamente agendadas), caso contrário e como já é habitual não o fazem, efectuam a recirculação do lixiviado com a exposição do efluente ao meio ambiente com a intenção de o evaporar, reduzindo desta forma o volume do lixiviado e mais grave ainda fizeram um pedido de descarga do lixiviado em colector natural (Ribeira do Vilar) o que até ao momento, ainda aguarda decisão da ARH-Norte”, descrevem em comunicado.

A Jornada Principal salienta ainda que, perante a pandemia mundial em curso, o aterro de Sobrado continua a receber resíduos provenientes de outros países, como é o caso de Itália, sendo estes resíduos “enterrados” sem qualquer tipo de controlo.

“Não devia o estado Português cancelar a recepção de resíduos (ainda que temporária) de países que têm grande número de casos de Covid-19?”, perguntam ao Ministério do Ambiente.

Por outro lado, sendo que no que toca a resíduos hospitalares, apenas os do tipo I e II (equiparados a urbanos) podem ser encaminhados para aterros de resíduos industriais não perigosos, a Associação Jornada Principal pediu esclarecimentos sobre o destino final de todos os resíduos hospitalares (tipo I, II, III e IV) provenientes de centros de tratamento de doentes infectados com o novo coronavírus.

O Verdadeiro Olhar contactou o Ministério do Ambiente e a Recivalongo mas ainda não obteve resposta.