Quem vive no Tâmega e Sousa ganha menos 1.700 euros que no resto do país

Região é uma das que tem rendimentos medianos mais baixos, inferiores a 7.000 euros por sujeito passivo, mostram dados do INE. Concelhos da região estão todos abaixo dos rendimentos médios nacionais e Paredes é o que tem os ganhos mais baixos da Área Metropolitana do Porto

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Infografia: INE

É nas sub-regiões do Alto Tâmega e Tâmega e Sousa que estão os rendimentos medianos mais baixos do país, inferiores a 7.000 euros por sujeito passivo, mostram dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) com base nos rendimentos declarados no IRS de 2017.

Nesse ano, o valor mediano do rendimento bruto declarado deduzido do IRS liquidado por sujeito passivo foi de 8.687 euros em Portugal. No Tâmega e Sousa o valor foi de 6.984 euros, cerca de 1.700 euros/ano abaixo da média nacional.

“A Área Metropolitana de Lisboa (10.397 €), a Região de Leiria (8.895 €), a Região de Coimbra (8.826 €), o Alentejo Central (8.792 €) e a Região de Aveiro (8.742 €) foram as sub-regiões que apresentaram os rendimentos medianos mais elevados, superiores à referência nacional. Por outro lado, as sub-regiões do Alto Tâmega (6.674 €) e do Tâmega e Sousa (6.984 €) apresentaram os rendimentos medianos mais baixos, inferiores a 7.000 euros por sujeito passivo”, explica o INE.

Segundo os dados, há 64 municípios onde os rendimentos estão acima da média, estando Oeiras no topo da tabela, com rendimento mediano de 12.935 euros por pessoa, mais de quatro mil euros acima do rendimento médio do país.

Com valores acima dos dez mil euros destacam-se Oeiras, Lisboa, Cascais, Entroncamento, Alcochete, Coimbra, Almada, Porto, Vila Franca de Xira, Évora, Seixal, Aveiro, Marinha Grande, Odivelas e Setúbal.

Infografia: Verdadeiro Olhar

Quanto aos concelhos da região, nomeadamente Lousada, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel e Valongo, estão todos com níveis de rendimento medianos abaixo dos do país.

O pior caso é o de Paredes, onde o rendimento mediano rondou os 6.991 euros em 2017. Era o valor mais baixo da Área Metropolitana do Porto, cuja média ficou pelos 8.565 euros nesse ano. Era também o valor mais baixo de todos os concelhos da região em análise. Em Valongo, o rendimento mediano por cada sujeito passivo declarado no IRS andava na ordem dos 8.500 euros, a par do de Oliveira de Azeméis e ligeiramente mais elevado que o concelho vizinho de Gondomar. Na AMP o rendimento mediano mais elevado era o das pessoas do Porto, de 10.327 euros.

Depois de Felgueiras, que com um rendimento mediano de 7.709 euros, apresenta os valores mais elevados do Tâmega e Sousa, surge o concelho de Lousada, com 7.352 euros. Em Paços de Ferreira, os rendimentos por pessoa rondam os 7.231 euros e em Penafiel 7.225 euros. O concelho de Resende, no Tâmega e Sousa, é o que tem os rendimentos medianos mais baixos do país: 5.481 euros.

As estatísticas do rendimento ao nível local têm por base os “dados fiscais anonimizados da Autoridade Tributária e Aduaneira” relativos às declarações de IRS de 2017.