Quarenta e dois anos

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Completam-se neste dia 26 de junho 42 anos do falecimento de S. Josemaria Escrivá. Este sacerdote fundou em 2 de outubro de 1928 o Opus Dei quando estava num retiro espiritual em Madrid e lhe foi revelado que quaisquer afazeres terrenos honestos podiam e deviam ser caminhos de santificação para todos. Por essa altura havia a ideia de que a perfeição era coisa para religiosos e sacerdotes, e que os fieis correntes se deveriam contentar com a salvação, sendo corrente que uma coisa era a vida de família, profissional e social e outra, bem àparte, a das relações com Deus. Estas, por sinal, costumavam resumir-se a uma espécie de “serviços mínimos”, com missa aos domingos, sem comunhão, e a confissão e comunhão anual pela Páscoa, a que se chamava de “desobriga”. E, naturalmente, o batismo e o casamento.

Quando o padre Josemaria “viu” o que Deus queria dele, começou  a procurar alguma instituição da Igreja onde pudesse encontrar a concretização do que lhe fora revelado, mas deu conta de que lhe cabia a si abrir novos caminhos. Ou antes, reabri-los, pois eles estavam já claramerte abertos e percorridos desde o princípio: abertos por Jesus em palavras como “Sede perfeitos como o Pai do Céu é perfeito” e percorridos nos caminhos seguidos   pelos primeiros cristãos. O padre Josemaria não queria inventar nada e até o próprio nome da Obra surgiu de um sacerdote amigo que num encontro lhe perguntou: “Então, como vai essa obra de Deus?”

Como ele próprio dizia, para fundar a Obra, com os seus 26 anos, só contava com o bom humor e a graça de Deus, mas também soube socorrer-se de muitas ajudas intercessoras: para começar, a devoção a Santa Maria e a S. José, o que o levou a juntar num só os seus dois nomes próprios. Também a dos  Anjos da Guarda, cuja festa ocorre precisamente no dia fundacional de 2 de outubro. E ainda a dos arcanjos e outros santos, como é o caso de S. Tomás Moro, um fiel leigo que soube exercer com grande relevo e prestígio os seus cargos de parlamentar, juiz e chanceler de Inglaterra – correspondente ao de primeiro ministro – tudo sem descurar a vida familiar e menos ainda a vida religiosa, numa exemplar unidade de vida que veio a culminar no seu martírio por não aceitar como válido o casamento do rei divorciado nem a sua chefia da igreja inglesa ,separada do Papa. Curiosamente, a festa deste santo ocorre a 22 de junho.

Josemaria veio muitas vezes a Fátima, a primeira delas em 1945, por sugestão da Irmã Lúcia com quem se encontrara em Tuy, tendo obtido inclusivamente, com um simples telefonema, a autorização de entrar em Portugal sem passaporte. Foi o primeiro peregrino de Fátima a ser canonizado e, neste centenário das aparições, bem pode ser um bom intercessor nas nossas necessidades. Dei conta que foi num dia 26 de junho que escrevi o primeiro artigo para o Verdadeiro Olhar, faz agora dez anos, pelo que este 10º aniversário do Jornal é uma boa ocasião para pedir uma bênção deste santo para os seus leitores, para todos os que nele trabalham, colaboram ou anunciam. São Josemaria, rogai por nós!