Esclarecer a população com um atendimento de proximidade foi o grande objectivo da iniciativa da Polícia de Segurança Pública (PSP) realizada em Lousada, esta terça-feira.

A equipa do Núcleo de Armas e Explosivos do Comando Metropolitano do Porto esteve na Avenida do Senhor dos Aflitos, replicando uma acção que já passou por Baião e Amarante e que se repete, esta quinta-feira, em Felgueiras.

“Esta iniciativa decorre da necessidade que verificamos de levar o nosso atendimento relacionado com armas e explosivos aos concelhos mais distantes dos centros urbanos, neste caso do Porto”, explicou o comissário Dario Sanguedo. “Há pessoas que pela distância têm grandes dificuldades em ir lá resolver os assuntos relacionados com armas, desde o licenciamento, ao manifesto, a processos de transmissão ou em que os proprietários falecem e os filhos é que ficam com as armas”, acrescentou o chefe do Núcleo de Armas e Explosivos do Comando Metropolitano do Porto da PSP.

Depois deste périplo, que deu frutos, a força de segurança quer repetir a iniciativa. “No próximo ano queremos realizar mais acções e provavelmente vamos fazer um périplo por todos os concelhos fora do eixo urbano do Porto”, referiu o comissário.

Segundo Dario Sanguedo, os principais problemas trazidos por quem os procura são a renovação das licenças ou a morte dos proprietários que deixa os filhos ou herdeiros sem saber o que fazer em relação às armas. “Nalguns casos pretendem ficar com elas, noutros já não querem e nós fazemos a recolha das armas para o Estado. Há também dúvidas sobre renovação de licenças e a documentação necessária”, explicou.

Nas primeiras duas acções realizadas, em Baião e Amarante, foram atendidas mais de 40 pessoas e recolhidas 18 armas a favor do Estado. “É significativo e mostra que o facto de virmos atender presencialmente ajuda as pessoas”, sustentou o chefe do Núcleo de Armas e Explosivos.

Questionado sobre o número de armas que existem no país, o comissário afirmou que a PSP tem informação sobre as armas manifestadas. “Há muitas que estão em situação irregular, mas sabemos onde estão. Sobre as ilegais não existem dados estatísticos”, adiantou. Em Julho deste ano, deu como exemplo, foram destruídas 9.000 armas recolhidas ou entregues na PSP.

José Moreira, de Lousada, foi uma das pessoas que aproveitou para tirar dúvidas. “Era caçador e tenho duas armas. Fizeram uma busca em minha casa por causa de uns problemas do meu filho e eu tinha tudo legal, excepto uma licença que tinha caducado. Mas levaram-me as armas. Agora vim aqui informar-me. Disseram-me para me dirigir ao Tribunal do Marco de Canaveses e fiquei esclarecido”, resumiu. Esta proximidade dos agentes é benéfica acredita o lousadense. “Estarem cá mais perto facilita este contacto. Assim não gasto combustível nem vou pro meio do trânsito”, conclui.