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A sub-região do Tâmega e Sousa mantém-se como a segunda do país que tem menor poder de compra per capita. Apesar de ter registado uma ligeira melhoria em relação aos últimos dados conhecidos, a região fica abaixo da média nacional neste indicador. Só o Alto Tâmega tem piores números.

Por concelho, Paços de Ferreira tem o melhor índice de poder de compra do Tâmega e Sousa, enquanto Celorico de Basto tem o índice mais baixo. Paredes continua a tem o segundo pior indicador da Área Metropolitana do Porto.

Os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) fazem parte da 12.ª edição do Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio, relativo a 2015.

O objectivo deste estudo com periodicidade bienal é caracterizar os municípios portugueses relativamente ao poder de compra.

No global os números mostram uma realidade já conhecida: é nas áreas metropolitanas e nas zonas litorais que concentra o maior poder de compra.

Região concentra menos de 3% do poder de compra nacional

Infografia: INE

Dos 308 municípios portugueses, 33 apresentavam, em 2015, valores acima da média nacional relativamente ao indicador do poder de compra per capita (IpC). Segundo o INE, este indicador pretende traduzir o poder de compra manifestado quotidianamente, em termos per capita, nos diferentes municípios ou regiões, tendo por referência o valor nacional (Portugal = 100).

Também acima da média nacional estavam as duas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto e alguns municípios capitais de distrito.

O município de Lisboa apresentava o IpC mais elevado (214,5), “mais do que duplicando o índice nacional”, refere o estudo. Além disso, nas 14 primeiras posições correspondentes a um índice superior a 110, encontravam-se ainda mais três municípios da Área Metropolitana de Lisboa: Oeiras (157,1), Cascais (122,7) e Alcochete (118,2).

Já a Área Metropolitana do Porto apresentava um valor de IpC de 104,8, bem mais baixo que a de Lisboa mas ainda acima da média nacional. Cinco municípios desta região superam a média nacional e metropolitana – Porto (161,4), São João da Madeira (136,1), Matosinhos (123,7) e Maia (113,2). No pólo oposto, com os índices mais baixos, estão Arouca (69,49), Paredes (78,16) e Oliveira de Azeméis (83,35). Em Valongo, o índice de poder de compra per capita chega aos 91,05, abaixo da média nacional e da AMP.

A sub-região do Tâmega e Sousa volta a surgir como a segunda com menor poder de compra de Portugal Continental (72,30). Apenas a região do Alto Tâmega tem pior índice (69,88).

Paços de Ferreira é o concelho do Tâmega e Sousa em que a população tem maior poder de compra (IpC 78,39). Seguem-se com os melhores índices Penafiel (77,04) e Marco de Canaveses (73,43).

Entre os concelhos com piores registos no Tâmega e Sousa estão Celorico de Basto (56,08), Cinfães (56,32) e Baião (57,14).

Já Lousada tem um índice de poder de compra abaixo da média nacional e também da sub-região do Tâmega e Sousa (70,08).

No conjunto do território nacional, sustenta o documento do INE, 147 municípios (48% do total de municípios) apresentavam valores de IpC inferiores a 75. Dos 10 municípios com menor poder de compra per capita manifestado, oito pertenciam ao interior das regiões Norte e Centro (sub-regiões Tâmega e Sousa, Alto Tâmega, Douro, Terras de Trás-os-Montes e Viseu Dão Lafões) e dois à Região Autónoma da Madeira.

Este estudo do INE conta ainda com outro indicador, o da Percentagem de Poder de Compra (PPC), que reflecte a importância do poder de compra manifestado quotidianamente em cada município ou região no total do país, avaliando a concentração do poder de compra nos diferentes territórios.

Em 2015, mostra este indicador, 23 municípios concentravam 50% do poder de compra nacional, enquanto os 35 municípios que integram as duas áreas metropolitanas do país (Lisboa e Porto) ultrapassavam este limiar ao concentrarem 51% do poder de compra nacional. Da mesma forma, os dados indicam que o poder de compra se concentrava de forma mais intensa nas regiões do Litoral continental.

Na Área Metropolitana do Porto a PPC é de 17,47% enquanto no Tâmega e Sousa é de apenas 2,96%.

Numa vista por concelho, Lisboa representa 10% do poder de compra nacional. Todos os municípios da região têm um poder de compra inferior a 1%.

Evolução do Índice de poder de compra por concelho
201120132015
IpC*% de Poder de CompraIpC*% de Poder de CompraIpC*% de Poder de Compra
Portugal100100100100100100
Continente100,8395,94100,7595,84100,795,81
Norte89,2231,2192,0332,1692,0932,09
AM Porto111,2813,57**105,07**17,54104,8217,47
Tâmega e Sousa67,153,51**71,51**2,9472,32,96
Lousada64,550,2969,330,3170,080,32
Paços de Ferreira71,620,3975,170,4178,390,43
Paredes74,550,6276,840,6478,160,65
Penafiel69,560,4875,650,5277,040,53
Valongo86,450,7888,970,8191,050,84
* Indicador do Poder de Compra per capita
** Em 2013, o concelho de Paredes passou a integrar o Índice da Área Metropolitana do Porto. Em 2011 ainda entrava nas contas do Tâmega e Sousa.