POLÍTICA PARA TOTÓS: Coitadinhas das andorinhas!

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E com a primavera chegaram de novo as andorinhas. Normalmente, não dura muito tempo a sua estadia na autarquia. Só escrevemos autarquia para rimar com estadia. Ou seja, normalmente duram só uma legislatura que é quanto dura, por vezes, a coisa dura, de que se alimentam: insectos. As andorinhas começaram a tecer os seus ninhos. São, normalmente, feitos com lama, restos de saliva ou coisa parecida e são vistas com frequência em estruturas edificadas pelo homem como autarquias, estábulos, barracões e garagens.

Como vivem dos insectos que capturam com os bicos, correm sérios riscos de morrer precocemente, sobretudo porque são muitos os insectos de que se alimentam. O perigo de morrerem pelas bicadas que dão é tão grande que, às vezes, nem uma legislatura duram. Recorde-se que cada andorinha necessita, no mínimo, de 2.500 (dois mil e quinhentos) insectos por mês para sobreviver. Normalmente, ganham mais, mas têm de apanhar mais insectos com o bico. Normalmente, também, é em horário pós laboral que o fazem.

No inverno – como o da política, assim como quando alguém perde as eleições – as andorinhas têm de abandonar os quentes abrigos e são obrigadas a regressar ao local de onde partiram. Mas, no regresso já não encontram tantos insectos que alimentem tamanhos bicos.

Coitadas das andorinhas!

O problema das andorinhas não é a falta dos insectos de que se alimentam com os seus bicos. O problema é que logo chegam os melros e outros passarinhos e passarinhas que também vivem dos insectos que comem com os bicos ou com as patas que levam os insectos ao bico.

As andorinhas e outros passarinhos e passarinhas vivem, como se vê, em constante agitação, sob cogitação e em regurgitação. Têm, por isso, vida curta.

Coitadas das andorinhas!

E quando um melro lhes canta a sua superioridade – assim como quando alguém diz que só o ofende quem pode – as andorinhas ficam a saber que, afinal, os melros atrevidos não passam de incompetentes cucos.

Coitadas das andorinhas e dos outros passarinhos e passarinhas!

 

MEL

Alexandre Almeida/ Soares Carneiro/ Jorge Ribeiro da Silva/ Álvaro Pinto/ Rui Silva

Na última Assembleia Municipal de Paredes, o primeiro explicou que a dívida era enorme e agora já não é tão grande. A curto prazo – disse Almeida.

O segundo explicou que o PS , assim, está a fazer o que o PSD fez quando esteve no governo central. Sem investimento não pode aumentar a dívida- disse Soares Carneiro.

O terceiro disse que estas contas valem tanto como valiam as que o presidente do PSD apresentava. Ou seja: valem nada porque o PS tem medo de pedir uma auditoria às contas do PSD- insinuou Jorge Ribeiro da Silva.

O quarto disse que “assim como assim qualquer dono me serve”, ou seja, nem estudou as contas. A CDU vota sempre a favor das contas dos outros, sejam eles do CDS, do PSD ou agora do PS”- disse Álvaro Pinto. Enquanto Parada de Todeia votar na CDU, dizemos nós.

O quinto, nem disse nem deixou de dizer. Guardou-se para as comemorações do 25 de Abril. Sim, que isto de passar de presidente do CDS para líder da bancada do PS precisa de um tempo de adaptação, não fosse ele enganar-se de novo e repetir  “ em  nome do CDS …”. Isto é que é uma gestão responsável- disse Rui Silva, que dias depois, de cravo ao peito, quis parecer um “berdadeiro” socialista.

FEL

É dívida ou é passivo? Diminuiu muito ou pouco?

Deixemos de falar dos passarinhos que nos tentam picar quando são de falcoaria as aves que lhes afiam os bicos.

Muitas vezes nos questionamos sobre o brilhantismo de certas intervenções dos responsáveis políticos.

Tomemos como exemplo e de novo a Assembleia Municipal de Paredes.

Falou o presidente da câmara e fez-nos crer que a dívida baixou muito. Achamos fantástico.

Veio o líder do PSD e tentou provar que afinal a dívida baixou “poucochinho”. Já achamos menos fantástico.

Perguntamo-nos nós:

– Por que raio o presidente da câmara de Paredes parou no gráfico da “dívida a curto prazo” e não nos mostrou os montantes a médio e longo prazo? Não teve tempo para fazer os gráficos?

Quem diminui “assim” a dívida a curto prazo vai mostrar-nos um brilharete a médio e longo prazo. Isto era o que pensávamos. Como não mostrou é disto que duvidamos.

Ou é, então, uma versão paroquial da certeira sabedoria popular: qualquer burro come palha. O que é preciso saber dar-lha.