Foto: Bombeiros de Cete

Até 31 de Julho de 2021, foram registados em Portugal um total de 5005 incêndios rurais que resultaram em 15449 hectares de área ardida, mostra o 3.º Relatório Provisório de Incêndios Rurais do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). É um decréscimo face ao ano anterior. No mesmo período de 2020 (1 de Janeiro a 31 de Julho), houve 5294 incêndios rurais que resultaram em 24680 hectares de área ardida.

Segundo o documento, “comparando os valores do ano de 2021 com o histórico dos 10 anos anteriores, registaram-se menos 43% de incêndios rurais e menos 59% de área ardida relativamente à média anual do período”. “O ano de 2021 apresenta, até ao dia 31 de Julho, o valor mais reduzido em número de incêndios e o 4.º valor mais reduzido de área ardida, desde 2011”, acrescenta a mesma fonte.

Os incêndios com área ardida inferior a um hectare continuam a ser os mais frequentes (80 % do total de incêndios rurais). Já as principais causas, diz o relatório, são o uso negligente do fogo (60%) e o incendiarismo – imputáveis (16%), “naquele caso com relevância para as queimadas de sobrantes florestais ou agrícolas (25%), queimas de amontoados de sobrantes florestais ou agrícolas (13%) e queimadas para gestão de pasto para gado (19%)”.

O Porto mantém-se como o distrito com maior número de incêndios: 781. Mas são sobretudo de reduzida dimensão. “No caso específico do distrito do Porto a percentagem de incêndios com menos de 1 hectare de área ardida é de 91%”, salienta o documento do ICNF.

Entre os 20 concelhos com maior número de incêndios registados – “que representam 28% do número total de ocorrências e 28% da área total ardida” – continuam a estar quatro da região: Penafiel, Paredes, Paços de Ferreira e Lousada. Ainda assim, o panorama é diferente do ano de 2020, já que o número de fogos rurais registados é bastante inferior em alguns casos.

Em Penafiel, até 31 de Julho deste ano, houve 68 incêndios rurais com 137 hectares de área ardida. É o sexto concelho do país com mais fogos, numa lista encabeçada por Montalegre (161, Santa Maria da Feira (145) e Vila Nova de Gaia (95) e é o que tem mais incêndios registados na região do Tâmega e Sousa. No ano passado, no mesmo período, o concelho de Penafiel também constava na lista (era o terceiro do país), mas com praticamente o dobro das ignições: 168. A área ardida era, no entanto, menor (102 hectares).

No 12.º lugar dos concelhos com mais incêndios rurais está Paredes. Teve, até 31 de Julho, 58 fogos e apenas nove hectares de área ardida. De realçar que, em 2020, nesta altura, Paredes era o concelho do país com maior número de incêndios rurais – 337 – e tinha já 304 hectares de área ardida.

Paços de Ferreira e Lousada também constam desta lista dos municípios com mais fogos. O primeiro registou 53 incêndios rurais e nove hectares de área ardida e o segundo 48 incêndios e 57 hectares de área ardida. Em relação a 2020, até 31 de Julho, no caso de Paços de Ferreira houve menos incêndios e menos área ardida, foram 68 fogos no ano passado e 51 hectares queimados. Em Lousada, em 2020, houve mais incêndios (78), mas menos área ardida (29 hectares).