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Chocante. É assim que Marlene Correia, do Sindicato dos Trabalhadores dos Sectores Têxteis, Vestuário, Calçado e Curtumes do Distrito do Porto, reagiu ao facto de uma empresa têxtil, situada na Zona Industrial de Guilhufe, em Penafiel, ter fechado hoje as portas e ter deixado mais de uma centena de funcionárias no desemprego.

O aviso chegou ontem à noite por e-mail, o que a sindicalista considera “chocante e uma falta de respeito para com as trabalhadoras”, sendo que, muitas delas, nem utilizam esta forma de comunicação.

Parte das funcionárias “não receberam o salário de setembro e não foi pago o mês de outubro”, relatou ao Verdadeiro Olhar Marlene Correia, que explicou ainda que a empresa não laborava desde o dia 23 de outubro.

“Mandou as operárias para casa no dia 23 de outubro por alegado atraso na entrega de matéria prima”. Um pedido que acabou por ser renovado, o que começou a causar estranheza por parte das funcionárias que começaram a temer o pior. Hoje, tinham acertado com o sindicato apresentarem-se na empresa, mas, ontem, à noite, “foram surpreendidas com um e-mail e dizer que estavam despedidas”.

Marlene Correia explica que a unidade tinha trabalho, mas “esta situação deveu-se à má gestão e à incapacidade da administração da empresa que não cumpria prazos com os clientes”. Aliás, a sindicalista apontou ainda que era pedido às trabalhadoras que fizessem horas para além do seu horário de trabalho, “porque tinham muitas encomendas”.

Esta manhã, as operárias juntaram-se à porta da unidade exigindo os salários em atraso e para recolherem alguns bens que tinham dentro da unidade, como “micro-ondas e frigorificos”, mas ninguém da empresa se mostrou disponível para as receber. O administrador da Guerreiros & Génios Lda. também está incontactável, explicou a representante do sindicato.

A fábrica produz casacos para o mercado nacional e exportação, trabalhando com marcas como Carolina Herrera, Massimo Dutti e Hugo Boss.

Entretanto, Marlene Correia revelou ao Verdadeiro Olhar que já foi feita uma denúncia desta situação junto da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e as trabalhadoras vão fazer a reclamação de créditos junto das autoridades judiciais.