A Feira de Educação, Formação e Emprego está desde a passada terça-feira no Mercado Municipal de Paços de Ferreira. Até esta quinta-feira, entre as 10h00 e as 18h00, quem visitar a feira poderá encontrar vários expositores de universidades, escolas secundárias, escolas profissionais, institutos e associações de integração social e profissional.

De acordo com a autarquia o objectivo do evento “é dar a conhecer à comunidade um vasto leque de ofertas educativas, formativas e de emprego”. Por essa razão, estão representadas, na feira, instituições de vários pontos do Norte.

 

menino com autismo consegue trabalhar autonomamente

Logo à entrada, pode encontrar o stand dos alunos do curso de “Técnico de Restauração” que está a representar os cursos profissionais do Agrupamento de Escolas de Freamunde. Para abrir o apetite, os alunos oferecem a todos os visitantes alguns aperitivos confeccionados por eles.

Júlia Rocha, psicóloga do Agrupamento de Escolas, salienta que “o agrupamento tem sempre ao dispor dos alunos os cursos que têm mais saída para o mercado de trabalho, como é o exemplo dos cursos de Técnico de Restauração e de Electrónica, Automação e Computadores”. Cada aluno tem, a partir do 11.º ano, a hipótese de frequentar um estágio profissional com elevada probabilidade de ficar a trabalhar nessa empresa depois de terminado o período de experiência.

Este Agrupamento tem, ainda, outra particularidade. No seu seio acolhe alunos do ensino especial: com deficiências cognitivas, autismo, paralisia cerebral, deficiências motoras, e Trissomia 21. A professora Aidé Seabra mostra-se satisfeita por conseguirem, ou pelo menos tentarem, integrar estes alunos no mercado de trabalho. No meio dos meninos do curso de Técnico de Restauração existe um aluno com autismo que “com o esforço de toda a comunidade escolar” já consegue construir um prato totalmente sozinho e vai, juntamente com os seus colegas, começar a estagiar no próximo mês.

Júlia vê esta integração como uma mais-valia, quer para os alunos com necessidades especiais quer para os colegas das turmas.

Aluno de escola de formação de felgueiras trabalha para o CR7

Um pouco mais à frente, existe um Stand do Centro de Formação Profissional da Indústria de Calçado, que actua em empresas de Felgueiras e S. João da Madeira, entre outros. Este centro tem uma particularidade: um dos seus alunos trabalha para a marca do Cristiano Ronaldo.

A escola tem cursos da área do calçado, mas também relacionados com a electrónica. No fim dos cursos, os alunos também podem estagiar em empresas da região e a probabilidade de aí ficar a trabalhar é bastante alta, explicam os responsáveis.

Alexandre Mota e Nelson Costa têm muito em comum. Ambos moram em Felgueiras, têm paixão pelo calçado, estagiam na mesma empresa e têm quase certeza de que há a hipótese de aí ficarem a trabalhar. Alexandre tem 17 anos e veio para o curso para tirar o 12.º ano, mas a meio do percurso o gosto pela área acabou por se revelar e agora não quer fazer outra coisa. Nelson também não quer fazer outra coisa, sonhou com o mundo do calçado desde sempre e agora, no fim do ano, consegue ver as suas ambições perto de se concretizarem.

Alberto Leão, amigo dos dois, têm 17 anos e também mora em Felgueiras. O sonho de Alberto é outro: a electrónica. Neste momento estagia numa oficina de automóveis e, apesar de não ver futuro na mesma, já se abriram outras portas, adianta.

escola de LÍNGUAS acolhe pessoas dos “3 aos 93”

Mais ao fundo, perto do palco onde acontecem as apresentações, está o instituto Lancaster College, uma escola de línguas com centro de estudos e explicações com várias sedes distribuídas por Valongo, Paços de Ferreira e Paredes, entre outros.

Os cursos são lectivos, intensivos e as explicações costumam ser individuais. Para além do inglês, este instituto oferece formação em muitas outras línguas, como o mandarim, russo, alemão ou francês. Ana Nogueira, secretária e rececionista do instituto  de Paços de Ferreira, sente que existe mais procura pelo inglês, por ser a língua universal e porque “a nível profissional já é muito exigido”.

“Dos 3 ao 93” foi a expressão que a Ana utilizou para descrever o grau de abrangência. Existem ainda alunos entre os 50 e os 60 anos a querer aprender línguas. Ainda assim, referiu que existe mais incidência entre os 25 e os 30, idades em que as pessoas sentem necessidade de evoluir a nível profissional.