Depois de mais de 10 anos de atraso, arrancaram, esta terça-feira, as obras no Mosteiro do Salvador de Paço de Sousa.

Orçada em cerca de 500 mil euros, esta intervenção vai prolongar-se durante nove meses e incluir a recuperação das coberturas, a drenagem e desaterro da envolvente, a limpeza e tratamento das paredes, a conservação dos tectos, a instalação eléctrica e a requalificação do claustro, assim como escavações arqueológicas e trabalhos de conservação e restauro na sacristia da igreja.

O auto de consignação da empreitada decorreu, simbolicamente, na data em que se assinala o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios (18 de Abril).

As obras são co-financiadas em 85% pelo Programa Operacional Regional do Norte 2020, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, e em 15% pela Câmara Municipal de Penafiel.

“O Mosteiro de Paço de Sousa é um dos principais elementos da Rota do Românico e um dos mais visitados”

Rosário Machado não escondeu que se tratou de “um dia especial” para a Rota do Românico. “As obras deste mosteiro estão previstas desde 2003, mas foram sendo constantemente adiadas. Já estiveram adjudicadas mas os trabalhos não avançaram. São mais de 10 anos de atraso”, disse a directora da Rota do Românico.

Lembrando a importância deste projecto de desenvolvimento regional alavancado no património e história da região, Rosário Machado realçou que a salvaguarda dos edifícios históricos passa pela responsabilidade das autarquias e que a Câmara de Penafiel assumiu essa responsabilidade desde a primeira hora.

“O Mosteiro de Paço de Sousa é um dos principais elementos da Rota do Românico e um dos mais visitados. É um dos monumentos nacionais mais importantes do estilo românico e é importante que as pessoas saibam que estão perante mil anos de história”, referiu.

Já o Padre Sousa Alves deixou um “obrigado” por finalmente ver a obra avançar. “Que fique bonito e que engrandeça Penafiel”, disse, salientando a importância dos trabalhos de drenagem para evitar que a água entre na igreja.

Classificando este mosteiro como “o monumento mais emblemático da Rota do Românico”, o presidente da Câmara Municipal de Penafiel lembrou que este é o maior investimento feito em termos de recuperação do património no âmbito deste projecto.

“É importante para o nosso território recuperar este espaço. Foi aqui que o primeiro rei recebeu a sua formação e que Portugal nasceu enquanto nação”, defendeu Antonino de Sousa.

Mosteiro de Bustelo também precisa de intervenção, lembrou o autarca

Aproveitando a presença do arquitecto Gabriel Brandão, o autarca pediu-lhe que apele junto da Direcção Regional de Cultura do Norte à intervenção urgente no Mosteiro de Bustelo. Trata-se de outro processo que já se arrasta há alguns anos.

“A câmara fez o seu papel. A revitalização já está prevista no Mapeamento do Património Cultural feito e entregue à Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa”, disse Antonino de Sousa. O documento estabelece os edifícios passíveis de serem candidatos a fundos comunitários para revitalização. A obra está orçada em um milhão de euros e definida como prioritária.