A administração do Hospital Arrifana de Sousa espera que, até Abril, a nova unidade de saúde de Penafiel, dedicada sobretudo à cirurgia de ambulatório, possa abrir portas. As obras estão concluídas há cerca de um mês e meio, mas falta terminar o processo de licenciamento junto da Entidade Reguladora da Saúde.

Desde o passado fim-de-semana e até este sábado, o hospital tem estado aberto a visitas guiadas pelos profissionais (mediante inscrição). Muitos têm sido os que aproveitaram a oportunidade para espreitar o resultado das obras de um edifício que faz parte da história da cidade. “Há muitos que vêm cá por uma questão afectiva. Querem ver como está o antigo hospital”, adiantou Jorge Ferreira Gomes, um dos elementos da administração da Clínica Médica Arrifana de Sousa (CMAS).

O Verdadeiro Olhar foi conhecer as instalações.

 

Hospital tem 10 quartos de internamento e tem capacidade para realizar duas cirurgias em simultâneo

Em Julho de 2016, durante uma visita da líder do CDS-PP, Assunção Cristas, o administrador Fernando Parada adiantava que o objectivo era que o novo hospital, um investimento de 10 milhões de euros que vai criar cerca de 60 postos de trabalho directos, abrisse portas até ao final do ano.

As expectativas acabaram por não se confirmar. Apesar de as obras desta nova unidade hospitalar, que terá carácter fundamentalmente cirúrgico, mas também serviço de atendimento permanente, estarem concluídas há cerca de um mês e meio, ainda falta terminar o processo de licenciamento que lhe permite abrir portas.

Segundo Jorge Ferreira Gomes, a Câmara Municipal de Penafiel já licenciou o espaço. Falta agora o parecer favorável da Entidade Reguladora da Saúde. Este licenciamento deve chegar num prazo máximo de 60 dias. “Estará concluído até Abril”, afirmou o administrador.

O Hospital Arrifana de Sousa vai permitir a realização de duas grandes cirurgias em simultâneo. Tem ainda 10 quartos de internamento, sete consultórios (dentários, de oftalmologia, pediatria e pediatria e outros polivalentes), uma sala de enfermagem de atendimento permanente e salas de apoio.

A contratação será feita à medida das necessidades mas a Clínica já foi buscar alguns funcionários com experiência para coordenar o projecto. Neste momento, a CMAS tem 175 funcionários nos quadros e dezenas de médicos e enfermeiros em prestação de serviços.

“Temos uma implantação bastante boa em Penafiel em termos de medicina privada e em Paredes, Lousada e Marco de Canaveses temos uma quota de mercado razoável”, disse Jorge Ferreira Gomes durante a visita, mostrando-se confiante no sucesso do projecto. “Em termos de equipamentos estamos melhor ou igual a qualquer concorrente”, sustentou o médico.

As apostas no futuro poderão passar pela cirurgia estética, adiantou. “Não estamos com pressa, queremos ir ganhando experiência. A nossa história de 34 anos foi feita dando passos seguros e pensados”, acrescentou.

Jorge Ferreira Gomes

“Há muitos que vêm cá por uma questão afectiva”

Durante esta semana. Muitos foram os que visitaram o edifício. “Muita gente queria espreitar e como isto está parado à espera que fiquem resolvidas as formalidades resolvemos dar a conhecer o hospital, para matar a curiosidade”, revela Jorge Ferreira Gomes. “Há muitos que vêm cá por uma questão afectiva. Querem ver como está o antigo hospital”, conta.

“Construir de raiz seria mais fácil e até mais barato mas este edifício tem história”, salientou o administrador, lembrando que o espaço ardeu durante a guerra civil, foi nacionalizado em 1834 e ainda começou a ser usado pela Misericórdia antes do final do século XIX. Foi depois o Hospital de Penafiel, espaço que ainda muitos recordam. Esteve ao abandono nos últimos anos e ganha agora uma nova vida.