A nova ETAR de Arreigada, em Paços de Ferreira, terá o dobro da capacidade em termos de tratamento de resíduos. Actualmente, são tratados 5.800 metros cúbicos, sendo que depois das obras a capacidade aumentará para os 10 mil metros cúbicos.

Pensado para dar resposta às necessidades de 56 mil habitantes nos próximos 20 anos, o novo equipamento não será construído de raiz, mas vai aproveitar algumas infra-estruturas já existentes implementando tecnologias mais avançadas.

O objectivo é que com esta requalificação quase total fique resolvido o problema de descargas frequentes que afectam o Rio Sousa, sobretudo em Lordelo, Paredes.

Depois de, na semana passada, ter sido publicado o concurso para a construção da nova ETAR de Arreigada, os presidentes da Câmara Municipal de Paços de Ferreira e de Paredes efectuaram, esta tarde, uma visita ao local.

Até Janeiro está a ser avaliada a candidatura ao abrigo do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), que será financiada até ao máximo de quatro milhões de euros. Segue-se o lançamento do concurso público para a construção do equipamento. O prazo máximo de realização da empreitada é de três anos, mas o objectivo é que esteja pronta em 18 meses.

Humberto Brito lembrou o carácter de urgência atribuído à questão pelo próprio Ministro do Ambiente. “Temos que agradecer ao senhor ministro pelo empenho em resolver este problema que se arrasta há muitos anos, anos a mais. Este é um passo seguro. Outras soluções que nos apresentaram não resolviam problema nenhum”, disse o autarca.

Enquanto a nova ETAR é construída, Bruno Cunha, director técnico da Águas de Paços de Ferreira, admite que, apesar de todos os esforços da concessionária, os problemas poderão voltar a acontecer. “A concessionária tem tentado mitigar este impacto, tentando tratar o máximo de efluentes e evitando descargas directas, mas em casos extremos as descargas poderão acontecer”, assume.

Recorde-se que a ETAR de Arreigada foi criada em 1993 e tem sido apontada como responsável por várias descargas poluentes no Rio Ferreira ao longo dos últimos anos.