Dedico este espaço a um tema que me preocupa cada vez mais.

Falo do abandono de animais de companhia: um flagelo grave e sem fim à vista!

São inúmeros os animais abandonados na via pública e outros tantos aqueles que se multiplicam naturalmente, por não estarem esterilizados, e por não terem uma família que cuide deles.

A maior parte dos animais, que estão na rua, não têm chip de identificação e estão abandonados à sua sorte. O canil municipal não é suficiente para tamanho cenário. E aqui aplica-se o exemplo que dei há poucos dias para os resíduos: poderíamos ter centenas de alojamentos para acolher os animais e dezenas de funcionários para os recolher. Se não houver civismo e cuidado dos donos com os seus animais, não há meios suficientes capazes de combater este problema.

Quem tem um animal, deve cuidar dele como se fosse da sua família. Deve ter o seu registo feito na Junta de Freguesia, deve ter o chip de identificação, deve alimenta-lo, vacina-lo e deve esteriliza-lo ou protegê-lo, para que, caso ande na rua, não dê origem à multiplicação de outros animais sem dono.

Também nesta matéria, Penafiel procura ser um exemplo e tem vindo a trabalhar para que esse cenário mude.

Está a ser preparada uma campanha de comunicação, procurando sensibilizar a comunidade para o não abandono animal e para adopção de animais de companhia. A Câmara Municipal de Penafiel vai, em breve, disponibilizar vacinação, esterilização, desparasitação e identificação electrónica gratuitas para quem adoptar um animal no atual Canil. Não haverá, por isso, desculpa, para não adoptarem um animal.

A par disso, está a fazer um investimento na melhoria das condições físicas do atual canil para também passar a contemplar as funções de gatil.

Temos procurado fazer o melhor possível perante as circunstâncias e as limitações que temos, tendo sempre como base as competências que a lei nos impõe nesta matéria tão sensível e que se prende directamente com a segurança e salubridade na via pública.

Cabe também aos nossos munícipes fazer com que este cenário mude: se a vida mudou e deixou de ter condições para cuidar do animal, deve tentar encontrar outra família de acolhimento ou entregá-lo para adopção, mas abandonar o animal na rua não pode ser a solução.

Não devemos empurrar os problemas para outros resolverem, mas sim evitar criá-los, sendo cidadãos responsáveis.

Não basta apontar o dedo aos outros como sendo os culpados. Há que mudar de atitudes e de comportamentos.