Em Paços de Ferreira, depois de receber um abraço de um pequeno chamado Rafael e de falar com diferentes turmas do pré-escolar e do primeiro ciclo, o ministro da Educação deixou uma garantia: havia ansiedade em regressar às aulas e as escolas são seguras.

Para assinalar o regresso ao ensino presencial, que se realizou esta segunda-feira em todo o país, Tiago Brandão Rodrigues esteve no Centro Escolar de Paços de Ferreira.

“Estavam com vontade de regressar à escola e com saudades da educadora e dos colegas?”, perguntou o governante às crianças. A resposta, em uníssono, foi “sim”. O ministro da Educação foi recebido, efusivamente, com um abraço de um menino do pré-escolar, ouviu cantigas e falou com os alunos sobre o que estavam a aprender nas aulas e sobre as regras que agora têm de cumprir. “Cumpram as regras, mas sejam felizes”, disse à saída.

Aos jornalistas, Tiago Brandão Rodrigues salientou que “as escolas continuam a assegurar um conjunto de procedimentos que fazem delas lugares seguros”. “Vimos todos os protocolos de circulação, a higienização das mãos, a higienização também dos espaços e a forma como agora vimos, não sendo ainda obrigatório, como a grande maioria das crianças do primeiro ciclo já utiliza também por decisão dos encarregados de educação as máscaras, aqui com um compromisso suplementar para que exista segurança”, referiu.

Questionado sobre o processo de testagem, o ministro lembrou que os testes têm acontecido desde 20 de Janeiro, quando as escolas estavam fechadas. “Já levamos 65 mil testes feitos, com grau de positividade muito baixo, entre 0,1 e 0,2 por cento”, adiantou. “E continuará nesta segunda fase, muito mais exigente, que começará amanhã”, ressalvou.

“Agora fazemos um primeiro varrimento a todos os que entram pela primeira vez na escola e depois, quando os alunos do ensino secundário entrarem, também a esses alunos. Depois haverá novas testagens com a periodicidade que a Direcção-Geral da Saúde entender, porque eles são autoridade de saúde e nos municípios que têm níveis de incidência maior do que 120 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, ao contrário do grau de exigência na primeira fase que era de 960”, explicou Tiago Brandão Rodrigues.

Quanto à vacinação dos docentes e não docentes arranca no fim-de-semana e prolonga-se para Abril. Mas, “não podemos relaxar e temos de continuar a cumprir todas as regras para que esta mitigação quanto à propagação do vírus possa continuar”, frisou.

No Agrupamento de Centros de Saúde Vale do Sousa Norte, que engloba os concelhos de Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira, a vacinação de 1200 docentes e não docentes acontece no sábado.

Câmara disponível para dar mais apoios e atenta ao aumento do desemprego

Humberto Brito, presidente da Câmara de Paços de Ferreira, mostrou-se satisfeito com a visita do governante a este concelho que “foi severamente fustigado pela pandemia”. “É também um sinal claro que damos à comunidade e aos pais que a escola é segura e tem todas as condições para este regresso às aulas”, afirmou o autarca.

Sobre a evolução das infecções por Covid-19 no concelho, Humberto Brito admite que “até há uma semana estava tranquilo com os números que íamos registando”. “O concelho era no distrito do Porto aquele que tinha menos infectados. É verdade que os números na última semana têm vindo a crescer, de forma ligeira, e esperemos que os próximos dias não indiciem números que vão galopar”, acrescentou o autarca, referindo ainda, em forma de apelo: “Espero que haja a consciencialização de todos para mantermos como um concelho com baixa taxa de incidência porque isso terá consequências no futuro quanto às regras e processo de desconfinamento”. “Se não mantivermos números baixos não teremos a economia a funcionar e estaremos condicionados”, avisou.

Quanto à necessidade de aumentar os apoios já concedidos às empresas do concelho, aparte os dados pelo Governo, o presidente da Câmara mantém a disponibilidade. “Temos vindo a apoiar a actividade económica local dentro das nossas competências e possibilidades. Mantemos o princípio de que se for necessário reforçar os apoios o faremos”, frisou.

Mas o importante, defendeu, é que o processo de vacinação avance rapidamente, para que “a actividade económica possa regressar”. Em Paços de Ferreira, “o tecido industrial continua pujante”, sendo o comércio e restauração que têm sofrido o maior impacto. E apesar de o aumento do desemprego ser “ainda residual”, o autarca diz que estarão atentos. “Há prejuízos enormíssimos e, em alguns casos, difíceis de recuperar que poderão levar a desemprego”, concorda.