O Parque do Rio Ferreira, em Rebordosa, recebeu hoje cerca de mil avós do concelho de Paredes para festejar o seu dia. De manhã houve actividades desportivas e rastreios médicos. Seguiu-se um almoço partilhado e a tarde será preenchida por animação musical.

A iniciativa organizada pelo CLDS 3G – Horizontes de Inclusão e pela Câmara Municipal de Paredes visou celebrar o Dia Nacional dos Avós.

Há avôs e avós jovens e outros menos jovens. O Verdadeiro Olhar falou com cinco mulheres que já ultrapassaram os 90 anos. Dizem-se acarinhadas pelos netos e felizes com este convívio que se tem repetido nos últimos anos.

“As avós são mães duas vezes e sempre dei muito carinho aos meus netos”

Fernanda Marinha, de 93 anos, é de Duas Igrejas. Tem sete filhos e 13 netos, “todos bem encaminhados”. “O meu marido era trabalhador e conseguimos pôr todos a estudar”, salienta, enumerando com orgulho as profissões dos filhos. Apesar de estar inserida num lar, diz que a família se mantém por perto. “Ao domingo visitam-me sempre”, assegura. “Acho importante fazerem o Dia dos Avós, sobretudo pelo convívio, assim conhecemo-nos todos”, explica.

Mais velha um ano, com 94 anos, Maria de Lurdes Pinto, de Recarei, sabe que tem seis filhos e 13 netos. O número de bisnetos já a confundem, mas serão outros tantos. A maioria da família está em França, refere a utente do Centro Social e Paroquial de Recarei. Nesta altura de férias aproveitam para “matar saudades”. “As avós são mães duas vezes e sempre dei muito carinho aos meus netos. Ainda dou”, garante. E eles também dão valor à avó, salienta.

Maria Lucinda, de 93 anos, frequenta o mesmo centro. Também ela teve seis filhos, apesar de só três estarem vivos, que lhe deram cinco netos. Tem ainda bisnetos, mas a memória atraiçoa-a quanto ao número. “Tenho uma neta que faz tudo por mim”, conta.

Já Helena Silva, do Centro Social de Gandra, tem os números na ponta de língua: teve três filhos (dois já faleceram), seis netos, quatro bisnetos e um trineto com 21 anos. “Passo muito tempo com as minhas netas ao fim-de-semana. Há uma que vive comigo”, conta a sénior de 92 anos. “O dia dos avós é importante. É uma maneira de nos recordarmos mais um bocadinho. Fico cansada, mas é um bom dia de convívio”, diz.

Maria Rosa Moreira, de 92 anos, é de uma família com 21 irmãos. Apenas seis estão vivos, sendo ela a mais velha actualmente. “De todos fiquei solteira, andei a servir”, conta. “Não tenho netos. Mas tenho irmãos com 11 e outros com 10. Por isso tenho muitos sobrinhos e muitos sobrinhos-netos”, salienta a mulher de Bitarães, que considera este um dia relevante.

Mais jovem, mas com uma vasta prole, Maria Isaura Sousa, de 81 anos, de Gandra, explica que teve 10 filhos, 15 netos e 13 bisnetos. “É importante celebrar este dia”, acredita a sénior.