A Câmara de Lousada, conhecida por inúmeros projectos de carácter ambiental, implementou uma nova política para ser “amiga dos polinizadores”, insectos como, por exemplo, abelhas.

Assim, anunciou a autarquia, para ajudar na salvaguarda destes animais, vão deixar de cortar a “relva” e assumir a vegetação espontânea “nos espaços verdes que foram devidamente assinalados com placas identificadoras”.

Contactado, o Sector de Conservação da Natureza e Educação Ambiental do município explica que este projecto avançará em áreas que estão a cargo da autarquia e “que têm alguma relevância para a alimentação dos polinizadores, pela quantidade de flores silvestres presentes”. São exemplo disso, canteiros, bermas de estrada e pequenos espaços relvados, assim como áreas mais extensas que têm em vista a conservação da natureza, como a Mata de Vilar, o parque molinológico de Pias ou a envolvente do moinho que serve de Centro de Interpretação do Rio Mezio.

“O não corte das flores será principalmente durante a fase de floração da maioria das plantas silvestres – mormente Primavera e Verão. Durante o resto do ano trabalhamos na instalação de abrigos de invernada (como ‘hotéis para insectos’), para que estes insectos possam continuar o seu ciclo de vida”, descreve a mesma fonte.

A autarquia, que segue assim exemplos de boas práticas no estrangeiro e no país, lembra que a vegetação silvestre espontânea, “muitas vezes considerada desagradável à vista ou ‘inútil’, é fundamental para a vida selvagem, nomeadamente para os insectos polinizadores (como as abelhas), dos quais depende toda a vida na Terra”.

O declínio destes animais, devido à perda de habitat, tem “consequências severas na agricultura e saúde global”.

“Tentamos implementar e demonstrar o maior número possível de boas práticas ambientais, sem custos e exequíveis por quaisquer pessoas ou entidades que estejam encarregues da gestão de espaços, mesmo de muita pequena dimensão, como um canteiro, uma floreira ou uma varanda. Tentamos orientar os nossos munícipes nas boas práticas ambientais, dando o exemplo”, conclui a autarquia em resposta ao Verdadeiro Olhar.