A motivação para que vá dedicando parte do meu tempo livre à actividade política é uma só: contribuir para que os cidadãos da minha terra tenham um futuro melhor, com mais oportunidades e com maior qualidade de vida. A relação com outras forças políticas, nomeadamente a que se encontra no poder, é objectivamente influenciada por este facto: nunca me sentirei minimamente constrangido em discordar (com todas as minhas forças) de opções nas quais não me revejo assim como não deixarei de assumir publicamente que concordo com as opções tomadas pelos adversários políticos.

Serve esta introdução para repetir o que já assumi em pleno debate radiofónico na campanha eleitoral: concordo em absoluto que a linha férrea é uma necessidade para que Paços de Ferreira seja um território mais competitivo e atractivo. “Assino por baixo” foram as palavras que usei na altura. Esta convicação é tal que assumo que estarei sempre ao lado do actual Presidente de Câmara Municipal nesta luta, mesmo que para tal tenha que ir contra as directrizes do meu partido.

Há no entanto três questões que, pelas dúvidas que suscitam, me cumpre colocar:

  1. Qual a disponibilidade do Governo para aplicação dos valores referidos (300M€) pelo Dr. Humberto Brito numa nova linha (e já agora, comboios!) quando é público que existem limitações evidentes quer na renovação das linhas existentes como nos comboios afectos a linhas rentáveis como Porto-Lisboa?
  2. Qual a capacidade de transportar mobiliário usando a ferrovia? Sabemos bem que o sector do mobiliário exige prazos de entrega curtos e flexíveis e boa acomodação dos produtos (não me atrevo a pedir a nenhum empresário a experiência de transportar móveis por comboio….).
  3. Sendo o actual Presidente de Câmara de Paços de Ferreira militante destacado do Partido Socialista (partido que se encontra no Governo) e Presidente da Associação de Municípios do Vale do Sousa, que prazo lhe tem sido dado pelos representantes do Governo para a concretização deste projecto?

Esta última questão é particularmente importante pois a linha que nos une termina nela! Até ao momento vimos estudos, anúncios, criação de comissões de acompanhamento do projecto e notícias nos jornais. No entanto, passos em frente…nem um, o que é uma situação tão constrangedora quanto o silêncio dos governantes a quem se solicitam respostas. Aguardemos então que novidades surjam na esperança que no decorrer do ano de 2019, estes anúncios se materializem nos “parafusos” ferroviários que todos ansiamos. Caso contrário, cá estaremos para pedir explicações.