A presidente do CDS-PP esteve em Paredes, no sábado, na apresentação da candidatura de José Miguel Garcez à presidência da Câmara Municipal de Paredes.

Assunção Cristas elogiou o candidato e sustentou que “a vitória está sempre garantida, falta só saber a dimensão da vitória”. “Temos que ter ambição máxima e realismo total, em tudo o que fazemos. É preciso arregaçar as mangas”, acrescentou.

Já José Miguel Garcez elencou algumas das propostas que o partido quer pôr em prática caso seja eleito, prometeu levar até às instâncias judiciais assuntos com a fraude nos centros escolares, a dívida da autarquia ou o processo dos terrenos das Laranjeiras. O candidato apontou ainda críticas a Alexandre Almeida, candidato do PS. “Ocultação de documentos não é um crime público? Quantas vezes o PS se queixou à comunicação social disso? Mas quantas vezes participaram, como era sua obrigação, essas situações ao Ministério Público?”, questionou.

Candidato “tem feito um trabalho notável de revitalização do CDS-PP em Paredes”

Dezenas de apoiantes estiveram, na sede do CDS-PP, em Paredes, no sábado, na apresentação da candidatura de José Miguel Garcez, demonstrando uma “energia positiva” que “augura tempos de sucesso”, defendeu Manuel Ruão, ex-vereador da autarquia e presidente da mesa do plenário concelhia do CDS-PP.

Manuel Ruão elogiou a “imensa capacidade de trabalho, motivação e dinamismo” do candidato, que “tem feito um trabalho notável de revitalização do CDS-PP em Paredes”.

“O José Miguel é o melhor candidato da era pós-Malheiro. Vais ser a surpresa destas eleições em Paredes”, defendeu.

No primeiro discurso oficial enquanto candidato à Câmara Municipal de Paredes, José Miguel Garcez começou por destacar figuras ilustres do passado do partido como Jorge Malheiro, que liderou a autarquia durante 17 anos, e Joaquim Alves Faria, enquanto exemplo de cidadania, e prometeu que o CDS-PP vai voltar a fazer história no concelho.

“Paredes parou no tempo. É pela juventude, ignorada pelas políticas municipais nas duas últimas décadas, que iniciaremos o percurso de recuperação da qualidade de vida e revitalização deste concelho”, disse o candidato.

Entre as prioridades estarão a criação de um pólo universitário na sede do concelho, a ampliação da malha urbana, através da revisão do PDM, a despoluição do rio Sousa e a recuperação das suas margens, a aposta na recuperação do comércio local, a afirmação da indústria de mobiliário no mercado global, o apoio à instalação e diversificação das indústrias não poluentes no concelho e a aposta nas pessoas através sua qualificação com base na criação em rede de uma oferta educativa à medida das necessidades do concelho.

“Quando o CDS governou este concelho tínhamos a distribuição de água ao domicílio nos preços mais baixos do país. Hoje estamos na cauda do país. A água de Paredes é das mais caras de Portugal”, criticou José Miguel Garcez.

E porque o “descontentamento” e a “desconfiança” sobre os dirigentes políticos aumenta todos os dias, o candidato promete levar alguns processos à esfera judicial para que haja transparência. “Quando participarmos na gestão da autarquia vamos a avocar imediatamente, às reuniões do executivo municipal, todos os processos sob suspeita na opinião pública”, avançou, falando do processo do Organismo Europeu de Luta Anti-Fraude que acusa a autarquia de uma fraude de milhões de euros na construção dos centros escolares, mas também das dívidas do município, do caso do Planet Valley, dos dinheiros da cidade desportiva e do processo do Complexo Desportivo das Laranjeiras.

 

José Miguel Garcez fez ataques ao PS

No seu discurso, José Miguel Garcez dirigiu ainda ataques ao Partido Socialista e ao seu candidato.

“O candidato do PSD é o responsável administrativo e financeiro da autarquia. Já o candidato do PS está executivo municipal como vereador há quase oito anos e não se lhe reconhece uma acção consequente que tentasse pôr fim ao desfecho desastroso a que, dia após dia, a gestão do PSD condenou o nosso concelho”, criticou.

“Ocultação de documentos não é um crime público? Quantas vezes o PS se queixou à comunicação social disso? Mas quantas vezes participaram, como era sua obrigação, essas situações ao Ministério Público?”, questionou o candidato. “Muitas vezes até concordamos com os que dizem que o PSD serve apenas uma das freguesias do concelho. Mas que fique bem claro: não é por trocar Lordelo por Rebordosa que a situação melhora, bem pelo contrário”, atacou.

 

“Temos tudo para ter um excelente resultado e mostrar que o CDS está vivo”, defendeu Assunção Cristas

Assunção Cristas veio dar apoio à candidatura e disse acreditar num bom resultado em Paredes, faltando apenas conhecer a dimensão da vitória, aludindo a uma possível conquista da câmara ou pelo menos à eleição de representantes do partido no executivo municipal.

“Temos aqui um grande candidato. Temos tudo para ter um excelente resultado e mostrar que o CDS está vivo”, defendeu a líder nacional do partido.

A presidente do CDS-PP afirmou que a grande aposta do partido são as autárquicas. “É preciso persistir e insistir. É por isso que hoje temos cinco presidentes de câmara”, disse, pedindo a todos “ambição máxima e realismo total”.

“É preciso trabalhar nas autarquias, nas juntas e nas câmaras, onde é possível resolver problemas concretos do quotidiano das pessoas num trabalho em rede com a sociedade civil e associações”, afirmou Assunção Cristas.

“O nosso objectivo é o crescimento do partido para que se multipliquem as câmaras com contas em ordem, investimento e a dar atenção aos que mais precisam”, acrescentou.

Além da presidente do partido, marcaram presença o presidente da Comissão Política Distrital do Porto, Álvaro Castelo Branco, e o deputado à Assembleia da República, Pedro Mota Soares, e do vice-presidente da Juventude Popular, Hugo Nunes.