Será como quiser – O nome da lousadense Cristina Moreira aparece no sexto lugar da lista do círculo eleitoral do Porto do Partido Socialista, o que significa que a ainda vice-presidente da Câmara Municipal de Lousada vai mesmo ser deputada à Assembleia da República. A saída de Cristina Moreira faz com que Nelson Oliveira, até agora chefe de gabinete do presidente da Câmara, tome posse como vereador.

Fica por saber se José Santalha, o presidente da concelhia socialista, indicou a até agora vice-presidente da Câmara para o lugar de deputada como forma de a afastar de uma eventual candidatura à sucessão de Pedro Machado. Se assim foi, não passa de uma tentativa que tem tudo para fracassar. Cristina Moreira é, indiscutivelmente, a vereadora com mais notoriedade e popularidade no concelho de Lousada, está presente em quase todas as actividades políticas e sociais que acontecem no concelho e é politicamente astuta. Mesmo como deputada, Cristina Moreira não deixará de estar muito ligada ao seu concelho e usar essa condição em favor da sua terra. Por isso, Cristina Moreira só não será candidata à sucessão de Pedro Machado se não quiser.

Terá que esclarecer – No próximo dia 10 de Agosto, em Paços de Ferreira, haverá uma Assembleia Municipal Extraordinária que servirá para aprovar a acta da assembleia de dia 28 de Dezembro. Nesse mesmo dia, será eleita uma nova mesa da Assembleia Municipal. Por isso, parece-me muito importante que o Presidente da Assembleia Municipal demissionário aproveite aquele momento para esclarecer de forma pública e directa algumas questões relevantes. Por exemplo, Ricardo Pereira demitiu-se afirmando “não ter condições políticas” e que “perdeu a confiança na Câmara Municipal”. Ora, havendo separação de poderes entre os órgãos executivos e os órgãos deliberativos, interessa saber se e em que matérias interferiu a Câmara no trabalho da Assembleia Municipal. A mesma separação de poderes faz com que o presidente da Assembleia Municipal não dependa nem precise da confiança da Câmara Municipal. Precisa, isso sim, da confiança dos elementos da assembleia. O melhor exemplo disto mesmo foi o mandato do anterior presidente da Assembleia Municipal. José Bastos, eleito pelo PSD nunca precisou da confiança do executivo PS, nem se queixou de alguma vez ter havido interferência. É importante que Ricardo Pereira aproveite a sua última sessão à frente daquele órgão para esclarecer tudo isto.