Deixei de propósito a escrita deste pequeno texto para agora, porque queria mesmo ver o debate entre os candidatos a Primeiro Ministro, cujos Partidos têm assento parlamentar. Não é muito comum vir aqui escrever sobre política nacional, mas desta vez quero apenas partilhar uma reflexão, em jeito de tentativa de resposta à questão que escolhi para dar título a este texto. Depois do que vi e ouvi, e penso que todos teremos a mesma ideia, até pelas notícias que vão saindo e pelas sondagens publicadas, que não haverá condições para uma maioria absoluta, seja à esquerda ou à direita.

A questão muito debatida logo no inicio do debate foi precisamente essa: a disponibilidade, as condições, as exigências que cada um apresenta para dar apoio a uma maioria relativa de esquerda ou de direita. Com a excepção de António Costa, pareceu-me que todos acreditam que os portugueses vão votar para termos um Governo plural, ou seja, com representação de mais que um Partido, assegurando assim mais e melhor os interesses dos portugueses.

António Costa continua a pedir uma maioria absoluta e diz que só assim conseguirá governar Portugal, caso contrário demite-se. Esta atitude revela uma falta de sentido democrático imenso, por parte de quem ainda assume funções de líder do governo português e isso é extremamente preocupante. António Costa diz que só contamos com ele se for nas condições de: eu quero, posso e mando. Ora, ora… é preciso que alguém diga a esse senhor que o tempo da ditadura já lá vai!

Já Rui Rio, que se apresenta candidato pelo meu Partido, PSD, tem noção de que será quase impossível uma maioria absoluta e mostra total abertura para fazer as comunicações e negociações necessárias para que os interesses do país estejam em primeiro lugar e para que este acto eleitoral não tenha sido em vão. Isso sim, é ter espirito de missão. Isso sim, é de quem não está cá por lugares, mas sim para servir, seja qual for a forma que os portugueses escolham, porque o voto de cada um é sagrado e deve ser respeitado e honrado.

Já que as portas da geringonça foram abertas em 2015, quando Passos Coelho venceu as eleições, mas não conseguiu formar governo, devido a uma aliança à esquerda, espero que agora, se se der o mesmo caso, mas à direita, que os Partidos saibam assumir o seu lugar e correspondam ao voto que os seus eleitores lhes confiarem no dia 30 de Janeiro.

Bem haja Rui Rio e muito sucesso nestas eleições!