Muitos são os eventos e entidades culturais que, todos os anos, projectam o que de melhor há nesta região. A cultura e o património têm vindo a assumir-se como uma das apostas deste território vasto e recheado de história e de estórias.

Em 2020, o espectáculo “Terra Queimada” da Astro Fingido – Associação Cultural, sediada na Escola da Parteira, em Lordelo, Paredes, – elaborado em parceria com a Jangada Teatro, o Bando das Gaitas, a Mandrágora e a Academia de Dança InDance (Porto) e que contou com a participação do grupo de teatro amador de Cete, o Cê Teatro e do Ruínas Teatro (Lousada) -, foi o escolhido pelo júri do Projecto-piloto “Não Brinques com o Fogo”, para ser apresentado na zona Norte do país.

Foi criado um espectáculo multidisciplinar e pedagógico que envolveu mais de 40 pessoas e teve como meta estimular a mudança de atitudes e comportamentos de risco relativos aos incêndios rurais, num concelho (Paredes) que é dos que tem maior número de ocorrências/ignições de incêndios rurais no país.

Foi a cena em Aguiar de Sousa e Recarei. A peça retratou quatro histórias que mostram o que pode correr mal com comportamentos negligentes envolvendo queimas, queimadas ou uso de máquinas agrícolas, com uma mensagem simples: não se deve brincar com o fogo.

Criada em 2008, a Associação Astro Fingido está em Lordelo desde 2016. Tem apostado em espectáculos que “dialoguem com o território”, como foram exemplo peças como “A Torre dos Alcoforados”, um património local; “O Português Voador”, que tem como ponto de partida a vida do ciclista Ribeiro da Silva; ou “Mulheres Móveis”, sobre as carreteiras de Lordelo.

Parece-nos de realçar um projecto que pôs, desta vez, a arte e a cultura ao serviço da sensibilização para os fogos florestais.

Rota do Românico

Não é a primeira nem segunda vez, e provavelmente não será a última, que realçamos o trabalho desenvolvido pela Rota do Românico pelo património cultural da região.

O projecto, com 22 anos, que se dedica à preservação do património histórico-cultural de 12 municípios, num total de 58 monumentos, continua a atrair milhares de visitantes, muitos deles estrangeiros, à região. Se em 2020 é expectável uma quebra, devido à pandemia, em 2019, a Rota do Românico atingiu mais de 15 mil visitantes registados, tendo batido o recorde de visitas. Só o Centro de Interpretação do Românico, localizado em Lousada, inaugurado no final de Setembro de 2018, registou cerca de nove mil visitantes com mais de 20 nacionalidades. Esse edifício, já premiado, voltou em 2020 a dar nas vistas, chegando aos finalistas dos prémios Architizer A+Awards 2020, na categoria Arquitectura, e Building of the Year 2020 – Edifício do Ano, na categoria Edifícios Culturais.

A própria Rota do Românico foi, no ano passado, um dos cinco projectos finalistas dos prémios “Destino de Turismo Cultural Sustentável 2020”, da Rede Europeia de Turismo Cultural, na categoria “Inovação e Digitalização”, tendo conquistado uma menção honrosa.

Já o projecto “Cuidadores do Património“, pessoas que guardam, vigiam e partilham histórias dos monumentos da Rota, foi um dos 11 vencedores do concurso “Histórias do Património Europeu 2020”, promovido pelo Conselho da Europa e pela Comissão Europeia.

Se tudo isso não bastasse, distinguimos a Rota do Românico porque atingiu mais um marco em 2020. A abertura do Centro de Interpretação da Escultura Românica (CIER), em Abragão, Penafiel, o segundo grande equipamento de divulgação do património histórico-cultural desta entidade.

Banda Musical de São Martinho de Campo, Valongo

Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

Não seria a única a destacar, até porque os cinco concelhos acompanhados pelo Verdadeiro Olhar concentram mais de uma dezena de bandas filarmónicas que se pautam pela qualidade e por levar longe o nome destas terras.

Mas pelo percurso alcançado até 2020, de mais de 90 anos, e pela aposta que está a ser feita na juventude, com uma escola de música com mais de uma centena de alunos e em crescendo, resolvemos dar o exemplo da Banda Musical de São Martinho de Campo, da freguesia com o mesmo nome, em Valongo.

Esta banda, à semelhança de muitas, é uma verdadeira família onde se cruzam diferentes gerações, desde avós e netos, pais e filhos a tios e sobrinhos. Não parou no tempo e tem estado a rejuvenescer e está desde 2015 a apostar numa escola de música que, mais que músicos, quer formar pessoas. Não existe apenas a Banda “sénior”, com mais de 60 elementos, mas também uma orquestra ligeira, uma orquestra juvenil, uma orquestra infantil e um coro infantil.

Projectos também não faltam, desde o aumento do número de salas de aulas à construção de um auditório, no Espaço Musicultural de Campo, e a conversão da escola de música no Conservatório de Valongo.

 

Conheça os premiados das outras categorias:

Personalidade do Ano

Acontecimento do Ano

Empresa do Ano

Entidade Desportiva do Ano

Desportista do Ano

Jovem do Ano

Político do Ano

Projecto Social do Ano