Cerca de 100 empresários e funcionários da restauração do concelho de Paços de Ferreira fizeram hoje uma marcha lenta e protesto em frente à Câmara Municipal com cadeiras vazias. A situação já era difícil, mas as quebras provocadas pelas novas medidas do Governo de luta contra a pandemia aumentam o receio quanto ao futuro. Temem não aguentar e ter de fechar portas e despedir os colaboradores.

Pediram à câmara isenção de taxas, testes para os funcionários e a criação de uma equipa que ajude a divulgar os espaços do concelho. Para o Governo seguem reivindicações como a descida do IVA para 6% e a eliminação da TSU – Taxa Social Única.

Ao Verdadeiro Olhar, Miguel Ribeiro, dono da Casa da Eira, no Parque Urbano, explicou que nos últimos dias mobilizaram-se cerca de 130 empresários da restauração, desde restaurantes a cafés, pastelarias ou discotecas de Paços de Ferreira.

Depois de uma reunião resolveram-se manifestar a sua revolta com as últimas medidas lançadas pelo Governo, desde logo o recolher obrigatório entre as 13h00 e as 5h00 aos sábados e domingos.

“Isto está muito complicado. O sentimento é de tristeza. Temos quebras de 80 a 90% e se as coisas continuarem desta forma com perda de clientes muitas empresas vão fechar e despedir”, avisa. 75% do negócio acontece ao fim-de-semana e estas novas medidas vêm travá-lo. “Cumprimos com todas as regras e temos consciencializado as pessoas”, lembra.

Os empresários estão ainda mais apreensivos quanto ao futuro já que, pelo crescimento do número de casos, temem que estas medidas sejam prolongadas no tempo e não apenas nos próximos dois fins-de-semana.

De manhã reuniram com o presidente da Câmara a quem fizeram chegar os pedidos, desde logo a isenção de taxas e a realização de testes aos funcionários, assim como a criação de uma equipa de marketing que os ajude a divulgar os negócios.

Esta tarde reúnem com a Associação Empresarial de Paços de Ferreira. Um documento com reivindicações segue também para o Governo.

Nas cadeiras vazias lia-se “estão a matar-nos”, “precisa-se de clientes” ou “lutamos porque não aceitamos”.