A comissão política concelhia do PSD Paredes, liderada por Pedro Mendes, apresentou a sua demissão, esta quinta-feira.

O também vice-presidente da Câmara Municipal de Paredes justifica esta decisão com as “divergências internas” geradas no partido e diz que o seu projecto só não se concretizou por “uma incompreensível interferência” externa do presidente da Câmara de Paredes, Celso Ferreira, que “manietou a consciência das pessoas” com o objectivo de “assumir, seja a que preço for, a liderança da escolha do candidato do PSD às próximas autárquicas”, refere Pedro Mendes, citado em comunicado do PSD Paredes.

“O presidente demissionário do PSD Paredes recordou a sua entrega e dedicação ao projecto político, liderado Celso Ferreira, ao longo de quase 12 anos – e muitos mais de amizade pessoal -, factores que na opinião de Pedro Mendes ‘não lhe mereciam que o actual presidente da Câmara potenciasse, junto de outros, golpes baixos e atitudes menos esperadas’”, refere a mesma fonte.

Pedro Mendes lamentou ainda não ter tido a possibilidade de concretizar o seu mandato, juntamente com o seu grupo de trabalho, mas defende que esta é a melhor decisão já que as divergências criadas “subverteram a linha programática desta comissão política e tendiam a agudizar-se em total desrespeito pelas normas e estatutos do PSD”.

O objectivo é promover, o mais brevemente possível, eleições internas no partido. Pedro Mendes acredita que o partido ainda vai a tempo de preparar e vencer o próximo ciclo eleitoral: “O que interessa é que o PSD saia reforçado, já que é o único partido que responde, com efectividade e seriedade, ao desenvolvimento da nossa terra, e saberá, estou certo, encontrar a solução ideal para voltar a ganhar as próximas eleições autárquicas”.

O VERDADEIRO OLHAR contactou Celso Ferreira que não quis comentar estas declarações.

Recorde-se que o processo de escolha de candidato do PSD Paredes está a gerar divisões no partido. Até agora já foram dois os candidatos a apresentar-se como candidatos do partido: Conceição Ruão e Rui Moutinho.

Pedro Mendes já tinha lamentado a influência de Celso Ferreira no processo e que não estivessem a ser respeitadas as regras internas do partido.