Comerciantes inseguros com vaga de assaltos em Valongo

Esta semana houve furtos em estabelecimentos todas as noites. Gerentes atribuem problema ao encerramento nocturno das esquadras de Ermesinde e Valongo e à falta de meios para patrulhamento

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Nas últimas semanas têm sido sucessivos os assaltos em Valongo. Os comerciantes queixam-se de insegurança e acreditam que o problema está ligado ao encerramento nocturno das esquadras da PSP em Valongo e Ermesinde. A situação arrasta-se há alguns meses.

Só no último mês e meio a Confeitaria Lolitana foi assaltada três vezes, com elevados prejuízos. “Desde domingo até hoje houve assaltos todos os dias. Nós já fomos assaltados duas vezes esta semana, de domingo para segunda e de terça para quarta-feira”, refere Rui Lascasas. Segundo o gerente, nessa última noite foram assaltados mais três cafés, todos seguidos, e uma lavandaria. “Aqui partiram as portas de vidro e levaram o tabaco todo e uma máquina de bolas. Só aí foram dois mil euros de prejuízo. E só para os estragos dos três assaltos foram mais de mil euros”, resume.

“Partiram o vidro, entraram e levaram o tabaco, ainda não sei o valor do prejuízo. Mas foi tudo muito rápido”, conta o gerente do Café Vale, que foi visitado ontem de madrugada pelos amigos do alheio. “Um segurança ao serviço da Câmara de Valongo foi quem ouviu o barulho e deu o alerta. Tem havido assaltos todas as noites. Só esta noite foram dois. Não se pode continuar assim, é uma insegurança muito grande”, queixa-se.

Rui Lascasas não tem dúvidas, tudo isto é devido à falta de policiamento durante a noite: “Não há Polícia em Valongo. Têm de vir da Maia. Uma pessoa liga e não aparecem. Não há carro patrulha em Valongo e eles [os ladrões] sabem disso e estão à vontade”. “Valongo nunca foi tão inseguro. As pessoas têm medo de andar na rua à noite”, garante ainda.

“Isto é tudo porque a esquadra está fechada à noite. Também não há patrulhas e os ladrões fazem o que querem”, concorda Patrícia Pinto, dona de uma lavandaria automática na Rua Vasco da Gama. “Para que vão fazer obras para ter uma esquadra nova se não há polícias?”, questiona ainda. No seu caso, o ladrão estroncou a porta e tentou abrir a central moedeira, mas não levou nada. “Era só um de cara destapada e estacionou ali o carro que ficou filmado pela câmara. Quando o alarme disparou ele fugiu”, conta.

Recorde-se que várias forças partidárias levaram já o tema à Assembleia da República, em Julho, questionando questionam se o encerramento destas esquadras em período nocturno era por falta de agentes, se foi reduzida a circulação de carros patrulha naquelas cidades e que medidas imediatas serão tomadas, nomeadamente de reforço de pessoal.

O Verdadeiro Olhar questionou o Comando Metropolitano do Porto da PSP para perceber se tem havido aumento do número de assaltos e se as esquadras vão continuar encerradas, mas ainda não obteve resposta.

Já a Câmara de Valongo, confrontada com esta situação, salienta que “a segurança pública não é da competência das câmaras municipais”. “É inadmissível o aumento da criminalidade que se tem registado nas cidades de Valongo e de Ermesinde. Já manifestamos por diversas vezes a nossa preocupação e temos vindo a exigir junto das autoridades competentes (PSP, Polícia Judiciária e Ministério da Administração Interna) esclarecimentos e reforços de meios, para garantir a segurança das nossas populações”, refere a mesma fonte.