O Paredes Golfe Clube quer apostar em aulas gratuitas para crianças e jovens com necessidades educativas especiais. O projecto, que será pioneiro a nível nacional, visa integrar estes futuros atletas também na vertente competitiva da modalidade. “Falta resolver a questão do transporte, nós oferecemos as aulas”, referiu Arménio Santos, director do Campo de Golfe do Aqueduto, em Vila Cova de Carros. A autarquia já prometeu tentar resolver as questões logísticas.

Para avaliar as características terapêuticas do golfe decorreu, esta quarta-feira, um baptismo desta modalidade, que envolveu 53 jovens e adultos com deficiência ou incapacidade do concelho. E alguns demonstraram mesmo ter jeito para este desporto, garante Arménio Santos.

 

Inclusão activa é o grande objectivo

24 jovens com necessidades educativas especiais do Agrupamento de Escolas de Lordelo, Agrupamento de Escolas de Vilela, Escola Básica de Rebordosa, Agrupamento de Escolas de Baltar e Escola Secundária de Paredes; e 29 adultos com deficiência e incapacidade do Lar residencial para pessoas com deficiência da Obra de Assistência Social de Sobrosa e do EMAÚS passaram pelo Campo de Golfe do Aqueduto, para experimentar a modalidade pela primeira vez. E parecem ter gostado.

A iniciativa “Vamos ao Golfe”, organizada pelo CLDS 3G – Horizontes de Inclusão e pela Câmara Municipal de Paredes, através dos pelouros de Acção Social e Desporto, foi mais uma das que pretende proporcionar a estes jovens e adultos novas experiências, com possível efeito terapêutico. “Têm sido realizadas várias actividades para pessoas com deficiência e incapacidade tendo como grande objectivo a inclusão activa”, explica Ana Margarida Silva, do Horizontes de Inclusão.

“A Câmara faz tudo o que pode para ter um concelho mais inclusivo”, acrescenta a vereadora da Acção Social. Hermínia Moreira lembra que uma das grandes apostas da autarquia tem passado por democratizar o acesso ao golfe e que depois deste primeiro contacto, “pelo gosto demonstrado e pela influência positiva que pode ter nas crianças e jovens, é possível que eles passem a praticar golfe com regularidade”. “Vamos tentar trabalhar essa opção em termos logísticos”, acrescentou a autarca.

E é mesmo essa a parte que falta, já que o Paredes Golfe Clube está disponível para dar aulas semanais gratuitas a estes jovens com necessidades educativas especiais.

Golfe para jovens e adultos com deficiência“Depois deste baptismo de golfe, que foi uma espécie de teste para perceber se o golfe poderia ser terapêutico para crianças com necessidades educativas especiais, queremos criar uma actividade semanal, gratuita, para que possam vir treinar e, quem sabe, competir”, adianta Arménio Santos. Segundo o director de campo não existe nenhum projecto destes a nível nacional. “Falta resolver a questão do transporte, nós oferecemos as aulas”, garantiu.

Esta quarta-feira de manhã, foram já identificadas seis crianças (de Gandra, Lordelo, Paredes, Recarei e Rebordosa) “com jeito” para a modalidade que poderiam dedicar-se ao golfe.

À tarde, nos utentes do Lar residencial para pessoas com deficiência da Obra de Assistência Social de Sobrosa e do EMAÚS também não havia dúvidas sobre este desporto: gostaram de experimentar jogar golfe e até já havia quem falasse em inscrever-se e no sonho de ser golfista profissional. “Foi a primeira vez que joguei golfe e estou a gostar. É divertido e faz bem em termos físicos”, acredita Hélder Sousa, de 24 anos. Também Marco Vilas Boas, de 37 anos, gostou da modalidade e afirmou que é bom poder passar um dia diferente. “Não foi difícil aprender”, comentou.

Golfe para jovens e adultos com deficiência