Protocolo foi assinado pelo presidente da Câmara Municipal de Paredes, Alexandre Almeida, e a representante da Cespu - Filomena Salazar

Apoiar as vítimas de violência doméstica, de Paredes e dos concelhos vizinhos, e combater este “flagelo social”, é o principal objectivo de um protocolo de colaboração celebrado entre a Câmara de Paredes e a Cespu – Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário.

Foram criados duas unidades do Serviço de Informação e Apoio à Vítima (SAIV) de violência doméstica, uma na Cespu e uma no edifício da autarquia, no âmbito do Plano Municipal de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género. Ao todo estarão cinco técnicos ao dispor das vítimas, de forma presencial ou por telefone. O serviço é gratuito e confidencial e dirige-se a qualquer vítima, independentemente do concelho de residência.

A autarquia reconhece que o fenómeno da violência doméstica se terá exacerbado durante a pandemia.

“Já actuávamos nesta área e agora o que estamos a tentar fazer é exponenciar aquilo que já fazíamos com mais meios”

Na assinatura do protocolo, a vereadora da Acção Social, Beatriz Meireles, destacou que estes espaços físicos surgem para dar resposta a uma necessidade identificada, sendo a parceria com a Cespu “benéfica para dar resposta” a este “grave flagelo social”. Realçou ainda a importância da articulação estreita existente entre o município e o Ministério Público e de o concelho passar a fazer parte da rede da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género.

Alexandre Almeida reconhece que a “pandemia exacerbou o fenómeno da violência doméstica” a nível nacional. “Tudo o que possamos fazer é  sempre pouco. Por muito que se actue, estas situações vão continuar a existir. Já actuávamos nesta área e agora o que estamos a tentar fazer é exponenciar aquilo que já fazíamos com mais meios. Esta parceria com a Cespu vem dar mais capacidade de actuação”, defendeu aos jornalistas.

“Com a pandemia houve pessoas que perderam rendimentos e isso potencia estes fenómenos de violência”, referiu ainda, salientando que nem o fenómeno nem o apoio a dar têm “fronteiras”, pelo que as vítimas de outros concelhos poderão requerer ajuda neste serviço.

Madalena Oliveira, consultora da Câmara de Paredes na área da violência doméstica e docente da CESPU, referiu que estas duas estruturas vão funcionar de forma independente, mas poderão articular serviços, dando apoio e informação a todo o tipo de vítimas. Dos cinco técnicos, três ficarão na Cespu e dois na Câmara de Paredes, sendo que os horários de atendimento podem ser ajustados em relação às necessidades das vítimas.

Adiantou ainda que o levantamento feito mostra que Paredes não foge à realidade nacional. “Os números existentes são muito idênticos aos do território nacional, ou seja, em média uma em cada três mulheres é vítima de violência. Há que criar sinergias e respostas para dar uma efectiva protecção a estas vítimas”, disse.

Madalena Oliveira reconheceu ainda que como este fenómeno ocorre sobretudo em casa, o confinamento agudizou muitas situações e dificultou os pedidos de ajuda.

Esta sexta-feira entra em funcionamento o gabinete na Cespu e na segunda-feira o instalado na câmara municipal.

Os objectivos do SAIV são assegurar o atendimento e acompanhamento das vítimas de violência doméstica e de quem procura informação desse âmbito; promover um apoio integrado junto das vítimas, designadamente em termos sociais, psicológicos, encaminhamento para apoio jurídico, apoio médico e outras respostas sociais e/ou formativas que se revelem pertinentes, sem descurar nunca a segurança das vítimasr e outras organizações locais, regionais ou nacionais para uma resposta mais célere e eficaz; disponibilizar apoio às instituições concelhias na abordagem às situações de violência doméstica, assumindo-se como um recurso para os profissionais que, directa e indirectamente, intervêm nesta problemática; e promover acções de informação e sensibilização junto da comunidade local.

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