Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

Os presidentes da Câmara Municipal de Paredes e Paços de Ferreira pediram uma audiência ao ministro do Ambiente para pedir “verbas” para resolver o problema de poluição no Rio Ferreira, causado pelo mau funcionamento da ETAR de Arreigada, em Paços de Ferreira, um investimento de mais de cinco milhões de euros que ainda não está a funcionar a 100%.

Alexandre Almeida avançou, em reunião de executivo, que “terá de ser feito um novo investimento de raiz para colocar uma ETAR definitivamente a funcionar” e que o pedido de reunião com o ministro já foi realizado, pelos dois autarcas.

O edil de Paredes foi questionado pela oposição, que pediu um ponto de situação sobre o problema causado pela ETAR e a recente intervenção feita para retirar lamas e oxigenar o Rio Ferreira, em Lordelo. “Vai melhorar ou é pura maquilhagem para disfarçar o problema”, perguntou Ricardo Sousa, pelo PSD.

“Na passada terça-feira houve uma reunião na ETAR com responsáveis da Câmara de Paços de Ferreira. Apesar de sermos os maiores prejudicados, aquilo não é uma obra que possamos ser nós a fazer, tem de ser Paços de Ferreira”, começou por reafirmar o presidente da câmara.

“A Câmara de Paços de Ferreira chegou à conclusão que os equipamentos não funcionam como era suposto” e já avançou com um processo em tribunal contra os responsáveis pela instalação da ETAR, explicou. A par disso, está a ser feito, também pela autarquia pacense, um investimento de 150 mil euros que visa trazer melhoramentos no tratamento, no “imediato”. Para melhorar o estado geral do rio, a Câmara de Paredes iniciou um procedimento para retirar lamas e oxigenar. “A expensas nossas, porque entendemos que deveríamos fazê-lo, e isso não quer dizer que depois não vamos assacar responsabilidades”. As pessoas de Paços de Ferreira estão a pagar saneamento e o saneamento não está a ser tratado convenientemente e os prejudicados somos nós. Alguém vai ter de ser indemnizado por isso”, sustentou.

Para trás, confirmou, ficou a ideia de construir um emissário que desviasse o problema de Lordelo. “Percebemos que não seria a melhor solução. Não resultava”, disse.

Mas Alexandre Almeida frisou ainda que a intervenção em curso “não será suficiente para tratar todas as águas residuais”. Por isso, foi pedida reunião ao ministro para “tratar de verbas”. “Tem de haver uma nova verba para se fazerem as obras que se impõem e dotar a ETAR de capacidade para fazer o tratamento. Terá de ser o Ministério do Ambiente a por cá fora um aviso para se poderem fazer aquelas obras”, afiançou.

Questionado sobre que obras e investimento é que isso exigiria em concreto, Alexandre Almeida realçou que o dossier está com Paços de Ferreira. “Mas pelo que me é dado a entender será um investimento ainda superior [ao da ETAR de Arreigada]. Manifestamente  o investimento mostrou-se insuficiente para o resolver o problema”, assumiu.

Este novo investimento de raiz, acrescentou, deverá ser superior a cinco milhões de euros. Recorde-se que esse foi o valor que custou a obra da renovada ETAR de Arreigada.

“É uma ETAR que vai complementar aquela, com uma tecnologia diferente. Porque aquela não só falhou na tecnologia, mas pelo que está a ser verificado, mesmo que a tecnologia não falhasse iria ser insuficiente para tratar os efluentes para os quais foi destinada”, lamentou o autarca de Paredes. “Se a tecnologia fosse a correcta não teríamos os problemas que estávamos a ter agora, mas, mesmo assim, não estaria garantido o tratamento total dos efluentes. Não se pode adiar mais a questão”, defendeu.