Francisco Coelho da Rocha

Na rentrée do Partido Socialista, a deputada bloquista Mariana Mortágua afirmou que era preciso “ir buscar dinheiro a quem está a acumular”. E o que fizeram os socialistas presentes? Aplaudiram efusivamente a ideia leninista da deputada do Bloco de Esquerda. Confesso que nesse momento fiquei preocupado. Como se não bastasse ter um Governo dirigido por um Primeiro-Ministro que perdeu as eleições, agora fiquei com a certeza de que quem manda no Governo é um partido da esquerda radical.

A ideia de ir buscar dinheiro a quem está a acumular é um roubo a todos aqueles que produziram riqueza com o seu trabalho. Vejamos: quando o leitor quer construir uma casa, independentemente do seu valor, tem de pagar impostos para fazer a escritura do terreno, sobre a venda do terreno, sobre os materiais que adquiriu, ao empreiteiro que a construiu e depois o IMI correspondente à casa. Quando, depois disto tudo, ainda lhe aplicam um imposto suplementar, apenas porque, com o seu trabalho, conseguiu construir uma casa maior do que a do vizinho, estão a roubar uma parte do seu rendimento já depois de ter liquidado todos os impostos.

Dou-lhe um exemplo real: tenho uns primos que emigraram para França ainda no início dos anos 70. Trabalharam de sol a sol, em mais do que um emprego, e de segunda a domingo. Enquanto lá estiveram, foram enviando dinheiro para Portugal e construíram duas grandes casas, para eles e para os filhos. Agora, que chegou à altura de se reformarem, regressaram a Portugal para desfrutar do rendimento que conseguiram obter com o seu trabalho honesto. Parece-lhe justo que venha uma qualquer visionária advogar que lhes retirem uma parte do que, com muito sacrifício pessoal, acumularam com o seu trabalho, já depois de terem pago todos os impostos aplicáveis?

Este é apenas um exemplo dos disparates que estão a acontecer na governação do país. Não deixa de ser preocupante quando os partidos que defendem um novo PREC mandam num dos partidos fundamentais para o funcionamento do sistema democrático.

 

SOBE E DESCE

Sobe – Rui Carvalho
Rui Carvalho é um discreto adepto do hóquei em patins. Patina desde os quatro anos de idade, jogou na Casa do Povo da Sobreira e na extinta Associação Desportiva de Paredes, no Grupo Desportivo e Coral de Fânzeres e no União de Paredes. Mais tarde, foi director dos escalões de formação da Casa do Povo da Sobreira, onde conseguiu alguns feitos únicos no concelho de Paredes. Desde 2012 que preside à Associação Nacional de Clubes de Patinagem, uma associação que conta com mais de 50 clubes associados e é responsável por algumas das actividades que marcam o panorama do hóquei nacional. Na semana passada, organizou a maior competição não-oficial do país, juntando os oito melhores clubes de Portugal. O evento, transmitido pelas televisões nacionais, foi um sucesso. Um exemplo de um paredense que, sem ruído, vai construindo um caminho de sucesso no desporto.

 

Desce – Humberto Brito

Humberto BritoO Presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira parece sofrer da “síndrome do coitadinho”. Sempre que é confrontado com um fracasso, a culpa é sempre de alguém que não ele próprio. Se as obras demoram mais do que o previsto, Humberto Brito escreve no Facebook que a culpa é do empreiteiro; se o VERDADEIRO OLHAR denuncia que há contratos celebrados entre a Câmara Municipal e fornecedores depois do serviço já estar prestado, a culpa é do Jornal, que teve acesso a informação que não deveria ter tido; se a empresa vietnamita não se instala em Paços de Ferreira, não cumprindo o prometido, a culpa é do presidente da AICEP; se as empresas fogem para o concelho de Paredes, a culpa é dos estafermos dos empresários que o querem prejudicar. Agora, como passados três anos ainda não conseguiu remunicipalizar a água pública nem fazer descer o preço para metade – ao contrário do que tinha anunciado com pompa e circunstância – a culpa é do deputado Pedro Passos Coelho. Mas será possível que a culpa seja sempre de terceiros?