“Sinto-me confortável com a resposta dada” em termos de emergência pré-hospitalar. A garantia foi dada pelo presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), Carlos Alberto Silva, chamado à Comissão da Saúde para prestar esclarecimentos sobre as reivindicações para a instalação de uma segunda viatura médica de emergência e reanimação (VMER) na região do Tâmega e Sousa, que ficasse sediada no Hospital de Amarante, já que a VMER existente, a do Vale do Sousa, serve uma população de quase 500 mil habitantes – dos 11 concelhos do Tâmega e Sousa e de Paredes – quando a média nacional, em 2021, era de uma VMER para 234 mil habitantes.

Questionado pelos deputados sobre se a VMER actual era insuficiente e se estava em causa o salvamento de vidas, Carlos Alberto Silva não disse que não a uma nova VMER, mas sustentou que há outras prioridades.

“Não ouvirão da minha boca dizer que não quero. Ninguém vai poder dizer que não queria mais uma VMER, ou duas ou três. Mas, como gestor, tenho coisas bem mais prioritárias que o investimento numa nova VMER”, resumiu o responsável pelo CHTS.

Carlos Alberto Silva falou das alterações que o centro hospitalar sofreu desde 2016, quando tomou posse, com um reforço de meios humanos e financeiros e também de novas especialidades médicas, entre outros. Ainda assim, justificou “a Urgência é o maior problema que temos a resolver”.

Para o presidente do CHTS, há outras prioridades e coisas pelas quais valeria a pena lutar, como a especialidade de urgência e emergência e a autonomia dos hospitais. Além disso, quer as VMER quer as ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV) têm o problema de as suas equipas serem “feitas de tarefeiros”.

“Tudo isto é feito à base de tarefeiros e estamos a abrir uma caixa de Pandora por causa de uma situação que hoje, pela minha opinião e do presidente do INEM, funciona e dá conforto. Abrir mais um problema parece-me insensatez”, referiu. “Só estaria na disposição, enquanto ali estiver, de avançar para uma coisa dessas [nova VMER] quando houver a especialidade de urgência e emergência. Aí poderemos fazê-lo com pessoas nossas e às quais podemos pedir responsabilidades”, sustentou Carlos Alberto.

Recorde-se que, ouvido ontem, na mesma comissão, o presidente da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, Pedro Machado, considerou que há “um défice de resposta” e avisou que os 11 autarcas vão reivindicar, de forma “unânime” e “firme”, a instalação de uma segunda VMER. Já o médico de emergência médica Filipe Serralva afirmou que a viatura actual é “insuficiente” e defendeu a troca da ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) de Amarante por uma VMER, argumentando que os custos não serão muito superiores. O presidente do INEM, Luís Meira, sustentou que não sente “que a resposta está diminuída na região do Tâmega e Sousa”, até porque o sistema funciona numa lógica integrada e de complementaridade, mas reconheceu que os rácios da VMER do Vale do Sousa “são obviamente desfavoráveis”.