Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

Combater a “estagnação” e a “letargia” que marcam o concelho depois de 32 anos de governação socialista é a meta de Simão Ribeiro, o candidato da coligação Acreditar Lousada (que volta a juntar PSD e CDS) à Câmara Municipal. Mas o candidato, que se apresentou ontem perante centenas de apoiantes, garante que “não vai perder tempo com discussões estéreis” e quer antes falar de futuro.

A meta é pensar Lousada a uma década, criando uma “nova estratégia e uma nova agenda de modernidade” para o concelho e voltar a fazer dele “uma referência nacional”.

Para isso, o candidato adiantou que pretende criar parcerias com as universidades do Porto e do Minho, apostar na diversificação do tecido empresarial, ajudando à internacionalização das empresas e captando novos investimentos, ter uma nova política fiscal e uma agenda de investimento público, assim como ter uma “câmara municipal célere, transparente, eficiente e moderna”. Quer ainda, entre outros, melhor relação com as associações e juntas de freguesia.

Foi em tom de pergunta que Simão Ribeiro deixou o desafio: “O que queremos nós? Queremos um velho ciclo ou um novo ciclo político, social e económico? Um município de alguns ou um município para todos? Queremos modernidade, simplicidade arrojo ou estagnação? Um município assente no conhecimento ou nos conhecimentos? Um município nacional e com visibilidade ou fechado sobre si mesmo?”. Em resposta prometeu “modernidade e mudança” caso seja eleito nas Autárquicas deste ano. “É hora de aproveitarmos a nossa centralidade geográfica e tornamos Lousada numa referência no Vale do Sousa” e no país, defendeu.  

Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

“Não perderei um único segundo em discussões estéreis e sem valor para os lousadenses”

Em tom de euforia subiram primeiro ao palco os candidatos a presidentes de junta pelo PSD/CDS, entre recandidatos e várias caras novas (ver lista final). Depois foi a hora de apresentar a mandatária da candidatura da Acreditar Lousada, Sónia Ferreira, advogada e presidente da delegação de Lousada da Ordem dos Advogados.

Foi ela a primeira a discursar, falando da falta de visibilidade do concelho a nível nacional e da necessidade de modernização para fixar os jovens. “Os jovens fogem. Não têm empregabilidade para aplicar os conhecimentos que adquirem na universidade”, apontou, definindo-se como lousadense de gema e sustentando que Lousada “precisa de mais”. “Porque não apoiar uma universidade?”, questionou. “Porque existem em Felgueiras e em Paredes e não em Lousada quando somos um concelho jovem?”, acrescentou. “É hora de acreditar no poder da seriedade, da competência e da modernidade. O percurso de vida do Simão pode trazer mais-valias para Lousada”, defendeu Sónia Ferreira.

Simão Ribeiro, actual vereador sem pelouros e presidente da comissão política do PSD Lousada, subiu então ao púlpito para mostrar ao que vem. Deixou desde logo claro que quer “uma nova estratégia e uma nova agenda de modernidade para Lousada” e assumiu ainda uma promessa: “Não perderei um único segundo em discussões estéreis e sem valor para os lousadenses. Nesta campanha não perderei um momento a discutir o que não seja estritamente necessário para o futuro dos lousadenses, deixo essa garantia. É apenas de futuro que quero falar”.

Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

E o futuro, defendeu o ex-deputado à Assembleia da República, constrói-se “com arrojo, com convicção, foco e determinação” e sem esquecer o passado. E foi por não o esquecer que no discurso incluiu homenagens aos social-democratas que ocuparam a posição de candidato antes dele: Amílcar Neto, António Castro, Jaime Moura, António Gonçalves, Francisco Barbosa, Pedro Matias e Leonel Vieira.

Contra o “status quo, o situacionismo, a estagnação e a letargia”

“Ser candidato a presidente da Câmara de Lousada além de um acto de responsabilidade é uma escolha que exige conhecimento sobre a nossa história colectiva, reconhecimento das nossas forças e fraquezas enquanto comunidade e uma visão clara do que queremos para o futuro”, argumentou. “Passados 32 anos de governação socialista há uma clara escolha a fazer: ou escolhemos o status quo, o situacionismo, a estagnação e a letargia e um projecto a prazo onde o sonho se desvaneceu ou, num momento marcado por oportunidades e por um novo quadro financeiro europeu para uma década, por um plano de resiliência, e por um conjunto de desafios como a digitalização, a automação, a robótica, a sustentabilidade territorial e ambiental, escolhemos a modernidade, o futuro, uma estratégia de desenvolvimento assente numa sociedade civil vibrante que acredita em Lousada e nos lousadenses”, afirmou Simão Ribeiro.

Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

Para isso, compromete-se a pensar Lousada “a uma década” e a afirmar o concelho. Isso passa, defendeu, por aproveitar a proximidade às universidades do Porto e do Minho. “Com estas universidades trabalharemos para reposicionar o nosso concelho em termos sócio-económicos. De lá extrairemos a ciência e o conhecimento e vamos colocá-lo ao serviço do território. Em parceria com a academia apresentaremos uma estratégia de desenvolvimento que na próxima década coloque Lousada num patamar de excelência e que faça novamente de Lousada uma referência nacional”, comprometeu-se o candidato.

Mas a estratégia precisa de ser interligada e passar por dimensões como marketing territorial, pela educação e formação profissional vocacionada para o mercado de trabalho e passa também por repensar o tecido empresarial. Antes de mais, afirmou Simão Ribeiro, é preciso diversificá-lo, já que “um concelho mono económico é um concelho de enormes debilidades”, depois é preciso apoiar as empresas na modernização e internacionalização e, por fim, “criar uma estratégia que incorpore a captação de novas empresas de valor acrescentado e que paguem melhores salários aos lousadenses”.

“Pensar Lousada é também pensar uma agenda com uma nova política fiscal, uma agenda de investimento público e de impacto multiplicador”, uma estratégia que aposte na “eficiência, transparência e modernidade dos serviços municipais” e numa nova “relação do município com o munícipe”. O candidato da Acreditar Lousada quer ainda uma rede de transportes públicos mais sustentável e adaptada ao território.

Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

A meta é “fixar os jovens, reter talento e aumentar rendimentos”, permitir um envelhecimento activo, corrigir assimetrias territoriais e aumentar a qualidade de vida dos lousadenses.  

“Precisamos de uma câmara municipal célere, transparente, eficiente e moderna”, sustentou ainda, dizendo que isso não se consegue sem funcionários motivados.  

Simão Ribeiro disse também que “urge” ir mais além na relação com as associações e valorizá-las, com apoio financeiro e técnico e sem se “apoderar” das suas iniciativas. Aos candidatos às juntas de freguesia, que considerou “parceiros estratégicos neste novo modelo de governação”, pediu que sejam, quando eleitos, “a voz dos munícipes junto do presidente da câmara e nunca, jamais, a voz do presidente da câmara junto dos munícipes”. “Prometo lealdade, dedicação, garra e disponibilidade, em troca dêem-me apenas uma equipa de trabalho e o vosso melhor”, apelou.

Candidatos às Juntas de Freguesia pela Acreditar Lousada

Nevogilde – António Dias (actual tesoureiro da Junta de Freguesia)

Lustosa e Barrosas (Santo Estevão) – Armando Costa e Silva (recandidato, actual presidente da Junta da União de Freguesias)

Sousela – Diogo Aires (recandidato, actual presidente da Junta de Freguesia)

Silvares, Pias, Nogueira e Alvarenga – Fausto Oliveira (recandidato, actual presidente da Junta da União de Freguesias)

Figueiras e Covas – Fernando Magalhães (recandidato, actual presidente da união de freguesias)

Macieira – Joaquim Cunha

Lodares – Joaquim Luís Mota (integrou a Assembleia de Freguesia)

Meinedo – José António Coelho

Nespereira e Casais – José Oliveira Nunes (recandidato, actual presidente da Junta da união de freguesias)

Caíde de Rei – Luís Peixoto (actual membro da Assembleia de Freguesia)

Aveleda – Paulo Rocha

Cristelos, Boim e Ordem – Renato Gomes (actual membro da Assembleia de Freguesia)

Torno – Vera Peixoto

Cernadelo e Lousada (São Miguel e Santa Margarida) – Vítor Moreira

Quatro “ilustres portugueses” enviaram vídeos com mensagens de apoio ao candidato. Saiba o que disseram sobre Simão Ribeiro

“Um homem com competência técnica e capacidade de afirmação política, que sabe conciliar os interesses locais com os nacionais. Estou certo que, com Simão Ribeiro, Lousada se projectará para lá das suas fronteiras geográficas. Trará um novo fôlego na capacidade de atrair investimento”

Aguiar Branco, ex-ministro

“Têm um excelente candidato. A experiência a nível nacional e Simão Ribeiro pode ser muito útil ao serviço da sua terra. Lousada precisa de interromper um ciclo de mais de 30 anos de governação socialista”

Teresa Morais, ex-ministra

“Lousada tem sido terra esquecida, é hoje um concelho fora do mapa. Simão Ribeiro tem juventude, dinamismo, visão do mundo e contactos internacionais, todas as condições para por Lousada no mapa”

Paulo Rangel, deputado ao Parlamento Europeu

“Esta candidatura é uma pedrada no charco. Lousada precisa de mais ambição, de visibilidade, de se afirmar. Simão Ribeiro é político sério, competente e trabalhador, uma pessoa ousada e inovadora, uma pessoa com ambição, que tem estatuto político e prestígio para projectar Lousada. Para além de um autarca local é um político nacional”

Luís Marques Mendes, conselheiro do Estado do Presidente da República