O comunicado da distrital do Porto do PSD, que apontava a deslocação do primeiro-ministro, António Costa, a Paços de Ferreira, para uma reunião de emergência com os autarcas de Lousada, Paços de Ferreira e Felgueiras como um “puxão de orelhas” a estes presidentes de câmara, pelos números preocupantes de casos positivos de Covid-19 registados nos últimos dias é de um “aproveitamento político, populista, insano e bacoco” de quem não contribui com soluções, critica Pedro Machado.

Ao Verdadeiro Olhar, o presidente da Câmara de Lousada salienta que a altura era de união de esforços.

Ao invés, o PSD Porto assume a paternidade de um comunicado que, muito provavelmente, foi elaborado pelas respectivas concelhias, vestindo a capa de um abutre que no seu íntimo bate palmas e canta vitória a cada novo infectado nesta região. Sabemos bem a razão disto acontecer. A inoperância deste partido nestes concelhos tem sido tal que nem candidatos às eleições concelhias conseguiram arranjar a tempo e horas, pelo que aguardam, à deriva e sem ideias, por uma oportunidade para destruir. Mas deram, uma vez mais, um tiro no pé”, sustenta o autarca de Lousada, eleito pelo PS.

“António Costa não veio à região fazer qualquer reparo a quem quer que seja, muito pelo contrário. O primeiro-ministro veio à região auscultar os autarcas, entender as dificuldades que sentiam e o que propunham, ouvindo também a opinião dos profissionais de saúde que têm sido inexcedíveis no combate esta pandemia e, acima de tudo, concertar soluções e novas medidas”, salienta.

Pedro Machado deixa ainda alguns lamentos. Desde logo o ataque feito ao director do Agrupamento de Centros de Saúde “que lidera um conjunto de profissionais de saúde que têm sido incansáveis e mereciam mais consideração e respeito”. “Lamentamos que o PSD escolha atacar as conclusões isentas das Autoridades de Saúde que, tal como acontece em todo o país, referem que a maioria das causas das infecções advêm do contexto sócio-familiar. Se o PSD optasse por entender que esta é uma conclusão e um facto apurado por profissionais especializados, de acordo com as cadeias de ligação de infectados, poupava-se ao ridículo populista e abjecto de questionar ou culpar quem lida com a realidade dos números”, frisa o presidente da Câmara, criticando este ataque aos autarcas e referindo que se “não fossem os municípios, a situação e o combate a esta pandemia seria bastante mais difícil”.

“Lamentamos que o PSD, ao escolher atacar os autarcas desta região, esteja também a acusar os autarcas do seu partido, que já passaram ou venham a passar por situações idênticas ou piores. Parece que o PSD ainda não percebeu que esta doença não tem fronteiras e, tal como aconteceu na primeira vaga, esta onda irá certamente diminuir na nossa região e crescer noutras. Sugerimos ao PSD que em vez deste aproveitamento político, populista, insano e bacoco, contribua com soluções e junte-se a todos no esforço conjunto de melhorar a situação, ao invés de ficar atrás da porta, escondido e a fazer figas para que tudo corra mal”, escreve o edil lousadense.

Pedro Machado conclui apontando este comunicado como “chocante” para os profissionais de saúde da região que “não merecem esta desconsideração e ataque à sua competência médica e técnica”. “Não venham depois bater-lhes palmas quando tudo isto passar, se no momento em que estes mais precisam de ajuda e união, optam por considerações indignas e abjectas sobre o seu trabalho”, termina.