Foto: Câmara Municipal de Lousada

A contratação de dois empréstimos de quase três milhões de euros para a requalificação de ruas (2,2 milhões de euros) e para a instalação de relva sintética em cinco campos desportivos do concelho (795 mil euros) pela Câmara Municipal de Lousada são vistos como um acto de “eleitoralismo” pela oposição.

Segundo o PSD Lousada, o actual executivo socialista na Câmara Municipal de Lousada “nada fez” ao longo dos primeiros três anos de mandato e agora está a reagir às reivindicações dos vereadores da Coligação Lousada Viva que “sempre defendeu a requalificação da rede viária e outras obras nas freguesias e que sempre exortou o executivo para investimentos necessários no concelho”.

“O executivo socialista tenta remendar aquilo que não fez ao longo do mandato” de forma “eleitoralista”, argumenta a coligação. “Em boa verdade quem perde com isto é o concelho e os lousadenses, que irão agora assistir a um conjunto de obras feitas à pressa, mal planeadas, insuficientes, com pouco rigor, que não abrangem de todo as necessidades do concelho, mas essenciais para a estratégia eleitoral, desesperada, do próximo ano”, dizem.

 

Pedro Machado é um “cata-ventos”, diz a oposição

“É no mínimo caricato que somente em véspera de eleições autárquicas se tenha identificado problemas na rede viária do concelho, quando a sua resolução tem vindo a ser constantemente reivindicada pela Coligação Lousada Viva”, refere um comunicado.

Os eleitos do PSD lamentam que a proposta de contratação dos empréstimos “ocorra sem o devido planeamento”, sendo apresentada “à pressa” no último ano de mandato e sem ter sido ouvida “a maioria dos presidentes de junta onde se prevê a realização de obras”.

Por outro lado, a oposição diz que esta necessidade de recorrer ao crédito bancário se deve a uma “clara necessidade financeira de tesouraria da Câmara Municipal” e, ao mesmo tempo, é um acto de “tacticismo político”, remetendo o pagamento do empréstimo para os próximos executivos municipais (2018 até 2033).

Num outro comunicado, o PSD Lousada diz que é a favor da instalação de relva sintética em vários campos de futebol, como os de Aparecida, Macieira, Romariz, Caíde de Rei e no de Nevogilde. Mas também no Águias de Figueiras, União Desportiva de Lagoas, União Cultural e Recreativa de Boim, F. C de Nespereira, Associação Desportiva de Lustosa, Associação Desportiva e Recreativa de Aveleda e na Associação Recreativa de Nogueira, como já defenderam várias vezes os seus eleitos em reunião de câmara.

Os social-democratas acusam o presidente da Câmara Municipal de Lousada, Pedro Machados, de ser um “cata-ventos” neste tema. “Em 2013 e 2014, o presidente da Câmara e o vereador do Desporto disseram que o município não tinha disponibilidade financeira para apoiar a colocação de piso sintético em alguns campos de futebol, nas freguesias. No final de 2015, em jantares de Natal organizados por algumas colectividades, Pedro Machado mudou de estratégia e de opinião e anunciou, de uma assentada, a colocação de quatro relvados sintéticos: Aparecida, Lagoas, Macieira e em Romariz” e, mais tarde, o de Caíde de Rei, sustenta o comunicado. O de Lagoas, acabaria depois substituído pelo de Nevogilde. Questionado em reunião de câmara pelo PSD, o presidente da câmara afirmou que quem iria fazer o investimento era a Federação Portuguesa de Futebol, através de um programa de financiamento, diz a oposição. “Agora, e porque certamente já perceberam que dificilmente virá para Lousada qualquer verba da FPF para os relvados sintéticos, decidiram contrair um empréstimo de 795 mil euros para cumprir apenas uma promessa eleitoralista de última hora, ao arrepio de tudo aquilo que sempre defenderam e apregoaram ao longo destes 27 anos”, refere o comunicado.

“As derivas do actual presidente de Câmara e dos seus camaradas de partido sobre o investimento descentralizado em equipamentos desportivos pelas freguesias do concelho denotam uma clara ausência de critério e convicção, apenas preocupação eleitoralista”, termina o documento.

O VERDADEIRO OLHAR contactou a Câmara Municipal de Lousada, mas até agora não obteve respostas às questões colocadas.