O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, visitaram, hoje, a Escola Básica e Secundária de Campo, em Valongo.

A meta foi reconhecer o trabalho do Agrupamento de Escolas de Campo, frequentado por cerca de 1400 crianças e jovens, do Pré-escolar ao Ensino Secundário. “Para dar resposta aos alunos mais vulneráveis, este Agrupamento desenvolve um conjunto de medidas diferenciadoras de promoção do sucesso escolar. São disso exemplo as assembleias de alunos (que decorrem regularmente), os projectos que visam um maior dinamismo na vida escolar e uma maior participação na própria comunidade, a aposta em actividades artísticas, o trabalho no âmbito do bem-estar social e pedagógico, entre outras”, diz o Governo.

“É tudo importante para fazer um país mais e melhor, mas o mais importante é a Educação”

Marcelo Rebelo de Sousa foi recebido com uma dança dos alunos, ao som de “Jerusalema”, assistiu a uma música interpretada por jovens da escola, a uma aula de robótica e aprendeu mais sobre a tradição do pão, regueifa e biscoito no concelho.

Numa assembleia de alunos simulada, mais tarde, com todas as escolas do agrupamento a assistir online, pediu aos jovens palavras que definissem a escola. Ouviu “divertimento”, “carinho”, “integração”, “criatividade”, “união”, “aconchegante”, “esforço”, “gratidão”, “inclusiva” e “família”, entre outras.

“O senhor ministro da Educação e eu somos professores os dois, numa escola estamos em casa. O nosso habitat natural é a escola e cada vez que visitamos uma escola somos mais felizes”, disse o Presidente da República aos alunos presentes.

Deixou ainda recados e conselhos. “Uma década da vossa vida ou mais são passados na escola. Estes dez anos são decisivos para a vossa vida, mas só percebem isso mais tarde. Alguns dos melhores amigos são deste tempo”, referiu.  

Pediu também aos jovens que vivam cada dia “como se fosse o último”, com intensidade e que não percam nada desta experiência. “Não percam esta oportunidade. Durante muito tempo os que tinham acesso à escola eram uma minoria. Aproveitem a oportunidade que inclui o sacrifício das vossas famílias e o compromisso do país, que aposta em vocês”, frisou Marcelo Rebelo de Sousa.

“É tudo importante para fazer um país mais e melhor, mas o mais importante é a Educação”, declarou o chefe de Estado.

Tiago Brandão Rodrigues elogiou o trabalho do estabelecimento de ensino. “Vimos aqui por vossa causa, porque vos admiramos. Nesta escola quando se entra ouvimos sem ouvir as palavras inclusão, alegria, aconchego. É a partir daqui que lançam as sementes para todos os sonhos da vossa vida”, afirmou o ministro.  

“O que está a acontecer aqui é o mais importante: a voz dos alunos. O mais importante é a vossa voz, o vosso contributo”, reiterou na assembleia de jovens (simulada). “Trabalhamos todos os dias para vocês serem felizes, aprenderem aqui na escola, e terem sempre voz, aqui e no resto das vossas vidas”, afiançou ainda, reconhecendo o exemplo deste agrupamento de escolas.

“No nosso agrupamento somos escutados”

Sofia, aluna que falou em nome da comunidade educativa, não tem dúvidas: “No nosso agrupamento somos escutados”.

“Neste agrupamento temos escolas que não deixam ninguém para trás, aliamos a diversidade com a educação para todos. Somos gratos à escola pública e agradecemos que nos continuem a dar vez e voz. Obrigada pela vossa presença e reconhecimento que o nosso agrupamento pauta a sua acção em boas práticas de inclusão”, leu, num manifesto que fala de uma “escola de afectos”.

Já a directora do Agrupamento de Escolas de Campo, Virgínia Varandas, explica que a escola sempre trabalhou a área da inclusão com vários projectos. “Uma vez por período lectivo reuniam os delegados e sub-delegados das turmas todas por ciclo, onde falavam dos problemas da escola, dos problemas da turma, dos comportamentos, onde os alunos tinham voz. Actualmente, pegamos na nossa tradição e intensificamos”, afirma. A aposta passa sobretudo pela prevenção, em temas como o bullying por exemplo, numa escola em que os alunos são “ouvidos”, garante.